Verbetes e Indicação Geral das Páginas de Boas Maneiras e Etiqueta

Hoje: 26-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

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V

Vermute. V.p.f. Aperitivos, coquetéis e licores.

Vernissage. Uma vernissage é uma recepção ligeira, com a característica de um coquetel, que marca a inauguração de uma exposição de pintura e à qual se comparece mediante convite. É de categoria igual à do coquetel de lançamento de um livro (também dito “tarde” ou “noite de autógrafos”), e do coquetel de inauguração de uma loja. Em uma vernissage o pintor faz a apresentação de suas obras a apreciadores convidados por ele.

NOTA: Considero a vernissage mais requintada como sendo de pelo menos um grau de luxo menor do que seria uma festa de casamento. Os homens podem vestir no estilo esporte fino (blazer, sem gravata) e as senhoras usarão uma toalete simples (roupa clara e bijuteria de pouco brilho se for durante o dia, e escura com joias se for à noite, ) e maquiagem discreta. Mesmo que o objetivo do artista seja uma recepção descontraída, e compareçam pessoas de tênis ou chinela havaiana e bermuda, um convidado sempre poderá optar por vestir-se formalmente, sem se preocupar com o despojamento dos demais, e com isto não ofenderá ninguém.

Se a recepção é simples e pouco dispendiosa, não importa muito o número de convidados. Mas se for mais requintada e cara, então o número de convidados precisa ser fixado antes, pelo menos aproximadamente, para que o coquetel seja dimensionado de acordo. Além da preocupação com o custo, é preciso também levar em conta o espaço disponível. Não havendo convite, desaparece uma importante característica da vernissage, uma vez que esta é uma recepção para amigos do artista ou indivíduos proeminentes da sociedade, mediante convite.

Embora um convidado possa efetuar uma compra durante a vernissage, a obra não sai do lugar em que está exposta. Poderá ser entregue ao final do evento ou no dia seguinte, porém é costume que o artista coloque um cartão com o aviso “reservado” (evita-se a expressão “vendido”), O convite não implica em que o convidado deva comprar um dos objetos expostos. É comum que um interessado volte outro dia, para examinar a coleção com mais vagar, sem ser perturbado pelos fatos do coquetel em que ele próprio poderá estar engajado: barulho das conversas, algum brinde, o serviço de bebidas e comestíveis, fotógrafos, etc.

Quanto à permanência do convidado no local, permanecerá enquanto se sentir bem no ambiente, ou até o fim, se vai levar para casa algum quadro. Ao despedir-se, dirá ao Autor algumas palavras em particular, agradecendo pelo convite, parabenizando-o pelo qualidade dos seus quadros, e pela realização do evento.V.p.f. a página Coquetéis.

Viagem. V.p.f. as páginas Viagens; Viagem: transporte; Viajando com crianças; Viagens em grupo; Viagens a serviço; e Viagem só.

Vieira. Conhecida também por “escalope” [do ing. Scallop] Molusco bivalve semelhantes à ostra, porém com uma concha mais perfeita, em forma de leque. É a “coquille St. Jacques” dos franceses, e o conhecido símbolo da empresa de petróleo Shell. A parte mais apreciada de sua carne, macia e levemente adocicada, são os músculos que abrem e fecham a concha gerando o jato que move o animal, ao contrário das ostras que se fixam a cascos de navio, rochas no fundo do mar, e outros suportes. É preparado e comido do mesmo modo que a ostra.

Vinho. V.p.f. as páginas Escolher e oferecer vinhos; Pratos e vinhos; Fabricação do vinho; Vinhos: garrafas, rótulos e rolhas; Efeitos do vinho; Uvas mais cultivadas no Chile, Brasil e Argentina.

Vizinhos. O bom convívio entre vizinhos residenciais é parte da problemática do relacionamento entre pessoas no contexto social e depende das mesmas normas básicas de cuidado e atenção que constituem Boas Maneiras. Essas normas repudiam, no campo particular do relacionamento de vizinhança, a desconsideração nas formas que assume nessa relação, como preconceito, violação de divisas, importunação com ruídos, e outros modos que perturbam o sossego ou ofendem os moradores contíguos.

NOTA: É delicadíssima a questão da boa vizinhança, a ponto de que o melhor conselho poderá ser “evitar aproximação”. O relacionamento de vizinhança está em perigo quando os vizinhos não percebem, ou sabem mas não evitam, o que pode irritar o outro, tal como conversa em voz alta, discussões, latidos de cachorros, música alta, projetar copas de árvores sobre o quintal alheio, ter janelas que devassam o quintal ou partes da casa vizinha, disputar empregados, visitas frequentes e inoportunas, etc., etc.

Vizinhos, mudança. Visitar um vizinho que acaba de mudar pode causar-lhe constrangimento por não ter a casa ainda convenientemente montada para receber. O contacto inicial de quem está chegando com a uma nova vizinhança, deve limitar-se ao cumprimento com um acenar amigável. Havendo oportunidade, são os antigos moradores que se adiantam para uma maior aproximação, pois caberá a eles a iniciativa de abordar o que chega para dar-lhe Boas-vindas.

NOTA: Em qualquer dos casos, será melhor aproveitar um encontro ocasional na calçada, na praça, no supermercado, para se apresentar e oferecer seus préstimos. O outro ficará livre para fazer um convite para uma visita, se desejar estreitar o relacionamento. Aquele que apraz ter relações mais estreitas com a vizinhança, e até liderar a comunidade, deve fazê-lo sem açodamento, e só muito gradualmente ir aumentando a aproximação. Dar-se bem logo de início pode ser devido a um conhecimento imperfeito, e a amizade poderá azedar em pouco tempo. Dar um pouco de tempo pode ser um caminho mais seguro dentro do propósito de reconhecer e ser reconhecido em um relacionamento amigável com os vizinhos.

Vizinhos, imposição-de-presença. Mesmo que se instale uma amizade, é importante entre os vizinhos “não impor presença”, ou seja, não obrigar o outro a lhe dar mais atenção do que ele gostaria. Isto acontece se um deles está sempre no jardim ou na calçada, ou à janela que dá para a rua, obrigando o outro a repetidos cumprimentos, e a achar sempre algumas palavras para dizer.

NOTA: É considerada falta de consideração com os vizinhos ir despedir-se de visitas no portão; a despedida deve ser no interior da casa ou no máximo junto à porta, antes do jardim.

Não se oferece para tomar conta da casa do vizinho que viaja, porque deve partir dele essa prova de confiança. Ele não deve pedir ao outro mais que observar cuidados quanto ao exterior da casa, tal como regar plantas, alimentar os animais, mandar varrer a varanda, e terá o cuidado de cobrir as despesas que forem feitas para esse fim.

Vodca. V.p.f. Aperitivos, coquetéis e licores.

Voz. A pessoa educada sempre fala de um modo pessoal, ou seja, conversa com seu interlocutor com atenção e um tom de voz suficiente para ser ouvida por quem está a um passo dela, e não a vários metros. Evita o tom gutural, a voz que parece sair diretamente da garganta, como se gritasse, mesmo quando procura falar baixo. Não atropela as palavras, não força o fôlego, mas usa voz pausada e uma conversa objetiva e simples.

Vulgar. Em Boas Maneiras, referindo-se a um objeto, tem o sentido de grosseiro, de mau gosto; aplicado a pessoas, tem o sentido de sem educação, de gosto sem refinamento, incapaz de se distinguir ou reconhecer valores além dos ditados pelos instintos básicos.

W

White-collar. Conforme aceita o Dicionário Aurélio, é o empregado que exerce uma atividade para a qual é exigida boa apresentação no vestir.

X

Xador. Roupa feminina que cobre da cabeça aos pés e que permite a mulher ver através de uma abertura com tela, à altura dos olhos.

Fig. X-1

Xale. Pequena manta de lã, seda, renda ou pano bordado, usada pelas mulheres sobre as vestes para proteger a cabeça e os ombros, ou apenas como adorno do vestuário (Fig. X-1). O de uso masculino é geralmente de lã, longo e rústico, com uma abertura pela qual se passa a cabeça, diferindo de uma capa por não ser aberto na frente.

Xenófilo. Pessoa que admira, louva ou tem declarada simpatia por coisas ou pessoas estrangeiras. Variações do termo quanto a uma nacionalidade específica: francófilo, americanófilo, lusófilo, etc.

Xenofobia. Intolerância ao que é estrangeiro.

Xícara. Pequena tigela de louça provida de uma asa e acompanhada de um pires, para se tomar bebidas quentes. Variam os tamanhos e feitios, segundo o uso que terá: (1) a xícara grande para o café à mesa; (2) a xícara pequena para o café expresso ou “cafezinho”, de parede reta; (3) a chávena para o chá, e (4) a xícara mista, que pode ser utilizada tanto para o café como o chá. As de qualidade mais fina são em porcelana geralmente colorida. Todos os modelos devem encaixar-se no rebaixo circular do pires (Fig.X-2).

Fig. X-2

NOTA. Não se deve confundir com a tigelinha para o consomê, que tem aparência de uma xícara grande, mas é provida de duas asas.

Xicrinha. Xícara pequena com metade da capacidade da xícara normal. É usada para bebidas quentes mais fortes, principalmente o café expresso e a infusão de guaraná.

Xingar. Insultar. Dizer insultos ou palavras afrontosas; destratar.

Xipo. Tipo de ostra que dá uma pérola menos valiosa, o aljôfar.

Xiro. Caldo de arroz temperado apenas com sal. Prato japonês (Xiru).

Y

Z

Zíper. Também chamado fecho-éclair, zipe, ou “fecheclair” (corruptela de fecho-eclair, parcialmente do francês “fermeture Éclair”) é o popular invento que substituiu botões na roupa, e tem interesse em Boas Maneiras devido a situações embaraçosas que seu manuseio pode criar. Se for esquecido aberto, quem notar pode, sem receio, alertar o distraído ou a distraída sobre o descuido; mas que o faça de modo cortês, breve e discreto

2001/2009
R.Q.Cobra

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Verbetes de Boas Maneiras e Etiqueta. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2001/09.