Hoje: 13-10-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
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B
Bacon. V.p.f. em Como se come.
Bagaceira. Bebida para cujo fabrico os viticultores aproveitam o bagaço (cascas e sementes) das uvas utilizadas na produção do vinho. O mesmo que graspa. O processo consiste em adicionar ao bagaço água fervida e açúcar, e deixar fermentar novamente, para depois destilar em alambiques.
Baile. As normas de Boas Maneiras e Etiqueta tradicionalmente referem-se ao casal dançarino como cavalheiro e dama.
NOTA: Fazer o convite para dançar ou aceitar esse convite não significa estabelecer um conhecimento, ainda que, enquanto dance, o par mantenha um diálogo. Se da parte de um dos dois, geralmente do homem, é feito um convite para uma visita ao bar, ou um passeio ao terraço, e este convite é aceito, a partir desse momento pode estabelecer-se conhecimento e amizade. Por isso conversam amenidades, e não se pede o número do telefone nem se tenta criar qualquer compromisso com a parceira ou parceiro durante a dança.
Um baile pode ser interrompido a fim de se fazer um sorteio, jogo ou brincadeira, ou para que os convidados sejam servidos de pé, no salão, se for um coquetel-dançante, mas não são interrompidos para o pronunciamento de um discurso isolado. V.p.f. Baile-de-formatura; Baile-de-gala; Chá-dançante. V. tb. a página Baile-de-debutante.
Baile de Debutantes. V.p.f. a página Baile-de-debutante.
Baile de formatura. Um baile de formatura deve ser inaugurado com um brevíssimo convite feito pelo representante da turma – não necessariamente o orador da turma –, que dirá qual o motivo do baile e convidará a orquestra a iniciar a música e aos presentes a aproveitar a festa e a se divertirem. Não cabe nem brindes nem discursos em bailes de formatura. Estes ficam limitados às cerimônias da colação de grau propriamente e a outros eventos mais apropriados que possam ser parte do programa. Os garçons iniciam o serviço do bar logo que os primeiros convidados tomam assento; não precisam aguardar pela abertura formal do evento.
Baile-de-gala. Um evento formal, promovido a maior parte das vezes para levantar fundos para obras sociais, ou como parte de uma comemoração. O traje é a rigor, e pode ser restrito a convidados ou aberto a um público de pessoas previamente habilitadas e cadastradas. Não confundir com recepção de gala, que compreende um almoço ou jantar. É precedido de um coquetel, e tem uma linha de recepção de casais que representam a entidade promotora.
Baile-de-quinze-anos. Comemoração da idade em que, tradicionalmente, no mundo ocidental as meninas se tornam moças casadoiras e ingressam na vida social. O aniversário geralmente dá lugar a um baile de quinze anos ou baile de debutante individual, em que os gostos da família marcam o evento, e conta apenas com os seus convidados. Sopram-se velinhas, exibem-se coleções de fotos da criança, e se faz a despedida das bonecas. Não raro se promove durante o baile a realização de uma fantasia infantil da aniversariante. Após, a menina troca o vestido da recepção pelo vestido para a valsa, e o pai lhe calça solenemente sapatos de salto alto. Por isso representa mais o rompimento com o passado que um compromisso com o futuro. A anfitriã (que é sempre a mãe da jovem, ou quem a representar) fica de pé à entrada e, depois de ser cumprimentada, apresenta a aniversariante ao convidado ou convidada que chega.
NOTA. O baile de uma única debutante difere fundamentalmente do baile de gala do qual participam várias adolescentes que completam 15 anos próximo à data escolhida para o evento, e são, após um curto período preparatório de cidadania, apresentadas pelos pais à Sociedade nesse baile.
Baixela. Utensílios de mesa (talheres e travessas) em metal nobre. Ex.: baixela de prata.
Bajular. Elogiar por interesse, o que se torna evidente uma vez que o bajulador não tem a mesma atitude para com todas as pessoas, mas visa apenas aquelas das quais espera favores.
Balde-de-gelo. Utensílio feito de material isolante do calor, revestido em prata, aço inoxidável ou outro material nobre, para servir gelo ou para conservar a bebida gelada (Fig. B-1)
NOTA: É o balde que contém os cubos de gelo que o garçom vai utilizar, ou que fica à disposição dos convidados para as bebidas tomadas on the rocks. Difere do balde de gelo para garrafa, o qual tem os bordos mais altos e uma estrutura reforçada, e serve para manter o vinho branco gelado, que é como ele deve ser servido à mesa.
Bandeja. Utensílio de mesa de fundo plano e bordas baixas, dotado ou não de alças. As bandejas são em geral de formato quadrado quando destinadas a transportar um serviço de bebidas, ou ovaladas quando feitas para apresentar alimentos à mesa.
NOTA: A bandeja destinada a transportar um serviço de café ou de chá deve conter espaço suficiente para isto e ser dotada de alças que permitam sustentá-la sem oscilações. A que leva à mesa comidas que deverão ser cortadas, como carnes e bolos, devem ter bordos mais baixos.
Bandeja-de-correspondência. Bandeja comumente redonda, em prata e de bordas baixas, também chamada salva. É deixada sobre um console junto à entrada da casa, e nela é colocada a correspondência que chega para alguém que está ausente. Em outras épocas era utilizada pelo mordomo para levar ao dono da casa a correspondência entregue à porta.
NOTA: A salva é um utensílio muito útil, além de decorativo, pois ela se presta inclusive como local para se deixar recado. A fim de oferecê-la como um presente ao dono da casa, pode-se mandar gravar suas iniciais e o desenho de um pequeno envelope no centro da bandeja.
Bandô. Peça de madeira envernizada ou de tecido decorativo grosso que é fixada na parede sobre uma janela para esconder os trilhos e as argolas da cortina.
Banheiro. V.p.f. a página Higiene.
Barco. V.p.f. a página Cruzeiros marítimos.
Batata. V.p.f. Como se come.
Batida. V.p.f. Bebidas destiladas e coquetéis.
Batismo. Certas cerimônias de iniciação: o batismo do barco que sai do estaleiro naval para iniciar sua navegação; o “batismo de fogo” do soldado que participa de sua primeira batalha; o batismo (ato cômico e festivo) de quem pela primeira vez atravessa o equador. Usa-se a mesma denominação com significado religioso.
Batizado. V.p.f. a página Batizado.
Batom. Cosmético à base de cera colorida, geralmente em tons variados de vermelho, empregado para tingir os lábios como parte importante da maquiagem feminina ou teatral. Na mulher, o seu uso correto requer um estudo de qual a cor mais adequada ao tom da pele e às cores da indumentária. À mesa, ela deve remover com o guardanapo, antes de beber, o excesso de batom que deixa marcas em xícaras e copos.
Bebidas destiladas e coquetéis. V.p.f. a página Bebidas destiladas e coquetéis.
Beijinho. Cumprimento que consiste em um meio abraço acrescido de um beijo simulado no lado esquerdo da face, podendo ser repetido no lado direito.
NOTA: Apesar de desconfortável (quando há muita diferença de estatura, ou uma das pessoas está sentada e a outra em pé); de complicado (quando os narizes se atritam); e de ser às vezes desagradável (se as pessoas estão muito suadas), o beijo na face é um cumprimento comum entre duas mulheres, homem e mulher, e mesmo entre dois homens. É evidentemente dispensável que sejam dados dois beijos – popularmente chamados “beijinhos” –, um em cada face, e um exagero que sejam dados três, o terceiro novamente na face esquerda.
Beijo. O beijo como expressão de amor e carinho, quando dado em público, não o deve ser de modo a causar embaraço aos presentes, seja pela sua intensidade, seja pela sua duração prolongada. É impróprio uma pessoa beijar uma criança, principalmente um recém-nascido, se não é membro de sua família.
Beijo na mão.. V.p.f. a página Beijo na mão.
Beleza. Qualidade com fundamento no Belo. Parâmetros estéticos que nas coisas, ideais ou concretas, são capazes de provocar na pessoa a condição fisiológica que se traduz em sentimento do Belo e a emoção de admiração ou prazer estético. A beleza moral no respeito às leis, a beleza das feições, do penteado, das roupas que se veste, do modo como se expressa; a beleza das cerimônias, do aparelhamento de uma mesa de refeições, dos modos de receber, e nas atitudes e procedimentos que se valem da arte da Etiqueta como instrumento são exemplos de coisas que despertam na pessoa aquele sentimento e esta emoção. Sua autoestima reflete a emoção de nobreza que lhe traz seu sentimento de ser bela nestes particulares.
Bijuteria. V.p.f. Joias, pedras e bijuteria.
Bisteca. Peça de carne aderente à costela, com intercalação de uma lâmina de gordura amarelo-clara. Vendida com ou sem osso, é dos cortes mais valorizados do boi e pode ser servida grelhada, frita ou assada. Sin: chuleta.
Bistrô. [do fr. bistro] Pequeno bar com um ambiente sofisticado criado através da decoração, e que procura fazer atendimento pessoal a uma clientela exclusiva adepta dos modos e da cozinha francesa.
Boas maneiras. Disciplina que reúne normas relativas ao comportamento respeitoso nos vários episódios possíveis do relacionamento social tais como os modos de saudar, à necessidade de retribuir provas de consideração, ao comportamento em lugares públicos e no clube; às precedências por idade e situação social, ao dever de agradecer serviços gratuitos recebidos, etc.
Como tais atitudes são voluntárias, encontramos seu motor na autoestima (V.p.f.) do indivíduo que as valoriza, e que tem prazer em abraçar uma atitude digna da condição humana conforme ensina a Ética (superação dos instintos primitivos do homem), e seguir os preceitos apontados pela Civilidade (cooperação e mútuo entendimento, amizade, generosidade e respeito como condição de vida social). Como uma disciplina prática, Boas maneiras tem por auxiliares as regras técnicas da Etiqueta e do Protocolo.
Sinônimos populares de Boas Maneiras: Polidez, Boa Educação, Bom Tom, Modos e Bons Modos, Graciosidade; Cavalheirismo; Galanteio; Urbanidade, etc. V.tb. a página Cerimônia, Protocolo, Etiqueta e Boas Maneiras – Definições.
Bodas. V.p.f. as páginas Bodas; Bodas: símbolos e presentes e Bodas – Ritual da Missa.
Bolsa. Parte acessória do vestuário cujo design e qualidade do material impactam sobre a imagem pessoal da mulher. Bolsas são feitas industrialmente em tecido, em couro e materiais plásticos, obtendo-se também um efeito de elegância no artesanato com o emprego de materiais variados.
A bolsa é levada pendurada ao braço, suspensa na mão, ou de modo menos formal, a tiracolo, sempre no lado oposto ao em que caminha o acompanhante. Pela manhã e à tarde são usadas bolsas maiores, por atenderem melhor às necessidades da movimentação bancária ou do escritório, ou simplesmente da ida às compras. Suspensas a tiracolo, deixam as mãos livres para tais atividades.
À noite, são usados formatos mais delicados, de menor volume, como a trousse (palavra francesa para “estojo”; não confundir com trousseau, que significa enxoval), apenas para coisas muito essenciais que a mulher precisar ter consigo.
As trousses (para personalizar seus produtos as grifes criam outros nomes que entram em moda) são apropriadas para eventos noturnos, reuniões formais e outras ocasiões especiais; em diferentes tamanhos e formas, bem como em várias cores e tons, e belas estampas, completam com estilo elegante e chique qualquer vestido de noite. Sua forma compacta permite que sejam levadas sob o braço, seguras na mão, e algumas vezes suspensas ao ombro por uma corrente dourada.
Escolher com propriedade uma bolsa é tão essencial para todo o conjunto como escolher os sapatos perfeitos ou qualquer outro acessório para combinar com o visual. Nesse sentido volto a lembrar, como fiz em outras páginas de Cobra Pages, que “combinar” não é “igualar” nem “assemelhar”: cores, formas e tamanhos diferentes combinam entre si segundo regras de estética. A combinação entre a bolsa, a vestimenta e outros acessórios tem especial importância.
Tanto a forma deve ser adequada ao tipo físico da mulher, como também o tamanho da bolsa deve ser proporcional à sua figura. Por mais discreta que seja, se é uma bolsa suspensa ao ombro com tiras longas demais, poderá fazer uma pessoa baixa parecer ainda mais baixa. Nessa mesma condição, se a mulher é alta, chamará a atenção para a largura dos seus quadris. Com alças curtas demais, atrairá atenção para os seios ou fará a mulher alta parecer mais alta.
O uso da bolsa não deve incomodar aos demais, seja pelo tamanho, por seu impacto estético, ou sua disposição. Uma bolsa nunca deve ser deixada sobre um assento vazio, salvo se sobrarem lugares. Ainda assim, sua dona deve estar atenta para retirá-la, prendê-la ao próprio braço ou deixá-la sobre o colo, para que o lugar esteja disponível, se aumentar o fluxo de pessoas no local.
Compartimentos ou divisões internas permitem manter o conteúdo da bolsa em ordem. É deplorável e deve ser evitada a desordem que obriga a dona da bolsa a despejar o seu conteúdo para encontrar algo de que precisa com urgência, como um cartão bancário, uma chave, uma caneta, etc.
Nos eventos como jantares, chás, a mulher confiará a bolsa – junto com seu casaco, luvas, chapéu e outros acessórios –, aos cuidados da anfitriã ou de quem estiver à entrada com a incumbência de recolhê-los, e os solicitará de volta ao sair.
Boné. O boné e o quepe são coberturas para a cabeça correspondentes a um chapéu cuja aba se resume a uma pala rígida sobre os olhos. Usado com a pala para trás por um jovem, sinaliza disposição para destoar da rotina, agir com independência, e é o modo como costumam usá-lo os adeptos de desportos radicais.
NOTA. Os bonés, do mesmo modo que os chapéus, são tirados durante a execução do hino nacional como sinal de respeito e patriotismo. Ambos são removidos também em uma igreja, no recinto de uma Corte de Justiça, em uma cerimônia fúnebre, ou em um restaurante. Ao cumprimentar uma senhora, tira-se o chapéu, mas não é obrigatório tirar um boné. Este, por ser esportivo, está menos sujeito as formalidades. No elevador e nas áreas internas de circulação de um prédio residencial tira-se o chapéu, mas o boné pode ser mantido.
Botas. Tipo de calçado, masculino ou feminino, em geral modelado e reforçado para proteger as pernas nas caminhadas contra a aspereza do solo, o risco de mordidas, a água e o frio, ou para dar mais firmeza e corrigir defeitos ortopédicos. Podem ser de desenho e material sofisticados, com a finalidade de criar estilo como um acessório do vestuário.
NOTA: Ainda que possam acrescentar à elegância da aparência, as botas não fazem parte do vestuário formal, e obviamente não são usadas em bailes, no teatro, ou em situações de mais requinte e formalidade. São porém indispensáveis em certas circunstâncias, quando não usá-las pode significar estar impropriamente vestido, como é o caso de caminhar na neve, ou caminhar no campo. Neste último caso, o risco de ferir os pés em rochas pontiagudas ou de se arranhar o corpo com espinhos obriga não apenas ao uso de botas mas também de roupas de tecido grosso e com mangas compridas.
Brandy. V.p.f. a página Bebidas destiladas e coquetéis.
Brindes e discursos. V.p.f. a página Brindes e discursos.
Bufê. [Do fr. bufet]. Uma mesa longa, geralmente com rica ornamentação, na qual são colocadas a louça, os talheres, os guardanapos, as travessas e os rechôs (do fr. réchauds) com os alimentos de uma refeição completa. O serviço de bufê, adotado nas grandes recepções, é a base do serviço em muitos restaurantes, e o modo mais adequado para um Chá. A Fig. mostra a disposição da decoração e as posições (1), da bandeja do chá, com o bule de chá, leiteira, açucareiro e saquinhos de chá; (2), da bandeja do café, com cafeteira, leiteira e açucareiro; (3), das cestas de pães de forma; (4), travessas de comestíveis (sanduíches, pastéis, canapés, etc.); (5), jarras de refrescos; (6), manteigueiras; (7), chávenas de chá; (8), xícaras de café (9); copos para refrescos (10), pratinhos (11), pegadores e guardanapos (12), e talheres (13).
NOTA: O bufê, seja em um restaurante seja em uma recepção, permite à pessoa servir-se na mesma ordem dos pratos de uma refeição completa servida à francesa (Os bufês têm as entradas, sopas, os comestíveis do primeiro prato e do prato principal). Quem não se apercebe disto, enche o prato de comida misturando todos os sabores, quando poderia ir ao bufê as vezes necessárias para comer na ordem própria de uma refeição completa, cuja sequência é a mais apropriada à digestão, evitando também o exagero de um prato transbordante de comida.
Buzinada. Som de advertência que o motorista usa acionando a buzina do carro em situações de emergência, seja para avisar de perigo, para chamar a atenção para a manobra que pretende fazer quando esta envolve risco e requer a atenção de todos.
NOTA: É uma característica da imaturidade pessoal a urgência em satisfazer todos os desejos. O indivíduo imaturo, transforma o som da buzina do seu carro em sinal agressivo de urgência e pressa. Faz isto no instante em que o semáforo se abre, assim como usa um furioso piscar dos faróis altos, ou cola seu carro na traseira do outro veículo para pressionar o motorista à sua frente a correr ou deixá-lo passar, vinga-se da lentidão do outro dando-lhe uma “fechada”, e finge não ver faixas de pedestre, estacionamentos reservados a idosos e deficientes, e ocupa duas vagas quando estaciona. Essas pessoas têm uma personalidade imatura, o que pode corresponder a um quociente mental bem abaixo da média. Somente com essas formas de agressão conseguem aplacar a raiva que a imaturidade tipicamente gera quando o indivíduo imaturo é tolhido em sua pressa, assim como em seus desejos em geral. V.p.f. Boas Maneiras no Trânsito, e a página sobre maturidade e imaturidade.
2001/2009
R.Q.Cobra
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Verbetes de Boas Maneiras e Etiqueta. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2001/09.