Hoje: 22-09-2023
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
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Ao apresentar nesta página as minhas definições de Cerimonial, Protocolo, Etiqueta, Boas Maneiras e outras matérias correlatas, hierarquizadas a partir da Ética, busco sanar a falta de definições precisas para essas disciplinas e com uma demonstração clara de suas relações na grade do conhecimento. Esta questão foi primeiro abordada em meu livro Boas Maneiras, Etiqueta e Cerimonial: suas definições e seu lugar na Filosofia (Ed. Valci, Brasília, 2002) e na página Boas Maneiras e a Filosofia – deste Site (09/06/2009).
Para tornar o meu ponto de vista sobre essas disciplinas mais compreensível, acrescento às definições o quadro abaixo, com o organograma de sua relação interdisciplinar.
Pequeno elucidário:
1 Ética
A Ética é, hierarquicamente, a primeira disciplina filosófica quando o agir humano é considerado. O comportamento ético é aquele digno dos atributos transcendentais da natureza humana, ou seja, o comportamento que é condizente com sua racionalidade, sua liberdade, sua sociabilidade e sua sentimentalidade (ou afetividade). A Ética se vincula à Antropologia Filosófica, que trata dos valores humanos e do compromisso do indivíduo e da sociedade com esses valores. Abaixo da Ética, estão a Moral e a Civilidade, a primeira diz respeito à liberdade, à justiça, e ao dever. A segunda prescreve o que se pode voluntariamente fazer em prol da convivência pacífica e prazerosa entre os cidadãos. A Civilidade alcança boa parte dos seus objetivos por meio de Boas Maneiras e Etiqueta, e das outras disciplinas a elas vinculadas.
2 Civilidade
A abrangência do termo é vasta, e o seu significado às vezes confuso. Por isso acho melhor começar por tentar dirimir os equívocos, antes de falar da relação entre Boas Maneiras e Civilidade.
Coloco a Civilidade como uma disciplina subordinada à Ética. Tem por fundamento o sentimento de solidariedade, de respeito espontâneo entre as pessoas, e a busca permanente da harmonia social. Suas prescrições não são obrigações da lei moral ou determinações externas, porque resultam de consenso e convenção entre as pessoas quanto ao que se pode voluntariamente fazer em prol da convivência pacífica e prazerosa entre os cidadãos. Portanto,segui-la é altamente meritório, perante a Ética.
Acredito que o maior problema com o significado do termo Civilidade é ser frequentemente confundido com Moral Social. Contribui para tanto o fato de que um preceito de Civilidade, quando é muito desrespeitado, pode ser transformado em Lei pelo governo, passando sua obediência a ser obrigação moral de todos os cidadãos. Por exemplo: – votar é um princípio de Civilidade a ser respeitado conscientemente e de boa vontade por todo bom cidadão e por isso é um ato meritório. Mas, se este não atende a essa necessidade social, o voto (necessário para a democracia) poderá passar a ser obrigatório por Lei, e deixará de ser meritório. Abster-se de votar passa indiretamente a ser uma falta contra a Moral Social, falta que poderá ser castigada, não propriamente devido ao indivíduo não votar, mas por deixar de cumprir uma Lei. Outro exemplo é o lugar reservado aos idosos e deficientes nos locais e veículos que utilizam, o que passou a ser um direito legal quando a norma de civilidade deixou de ser respeitada pela população. Vários outros exemplos existem de princípios de civilidade que passaram a ser cláusulas da Lei, como a consideração com as pessoas idosas ou portadoras de deficiências, proibição de manifestações de preconceito, de prática do bullying e da agressão às mulheres e o assédio a elas no transporte coletivo, etc. Quanto maior o desrespeito aos princípios da Civilidade, maior o número das leis necessárias para evitar que a sociedade se torne selvagem. A transformação de princípios de civilidade em determinações legais derivadas da Moral Social é tão mais necessária quanto menos educada e menos madura é a população.
A Civilidade tem em seu campo Boas Maneiras e as outras disciplinas a ela diretamente vinculadas porque são necessárias ao convívio entre as pessoas, e mesmo entre os povos, por via da diplomacia.
A Enciclopédia Larousse (1926) informa, sob o verbete Civilité, que Erasmo de Roterdã, notável intelectual holandês do século XVI, se preocupava em fazer que seus educandos assimilassem desde criança, normas fundamentais de Boas Maneiras. Ele escreveu, o De civilitate morum puerilium (Da civilidade dos costumes das crianças), um pequeno livro de Boas Maneiras publicado em 1530, muito procurado e lido na Época Moderna.
3 Boas-maneiras
Boas-maneiras é uma disciplina que reúne normas relativas ao comportamento respeitoso no relacionamento social tais como os modos de saudar, a necessidade de retribuir provas de consideração, o comportamento em lugares públicos e nos eventos sociais, as precedências por idade e situação social, o dever de agradecer serviços gratuitos recebidos, etc.
Como tais atitudes são voluntárias, encontramos seu motor na autoestima (V.p.f.) do indivíduo que as valoriza, e que tem prazer em adotar atitudes dignas da condição humana conforme ensina a Ética (superação dos instintos primitivos do homem). Este modo de agir segue os preceitos apontados pela Civilidade (cooperação e mútuo entendimento, amizade, generosidade e respeito como condição de vida social). Como uma disciplina prática, Boas-maneiras tem por auxiliares as regras de natureza técnica da Etiqueta, o que faz a Civilidade dependente da atuação conjunta de ambas. Nessas relação têm origem outras disciplinas, em função de situações individuais e sociais do relacionamento humano. O quadro acima expõe essa relação interdisciplinar e as ramificações dela originárias.
Nota: são muitos os sinônimos atribuídos a Boas-maneiras, por isso se pode falar de Urbanidade (normas de Urbanidade), Polidez (normas de polidez), Cavalheirismo (normas de Cavalheirismo), Galanteio (normas de Galanteio), Graciosidade (normas de Graciosidade), etc. variando de país para país, porém todas as denominações próprias da mesma disciplina.
4 A Urbanidade
Se esquecemos a origem similar que têm os termos “civilidade” e “urbanidade” (civitatem e urbis significam cidade), e nos detemos apenas na diferença de sentido que há entre eles em seu emprego atual, podemos concluir que não são sinônimos. Então, emprego Urbanidade não como sinônimo de Boas-maneiras, como é usual, mas para designar apenas a parte de Boas-maneiras cujas normas se aplicam a circunstâncias e episódios que têm lugar nas ruas, parques, lojas, áreas de circulação, e demais lugares públicos da cidade. Seriam matéria da Urbanidade o comportamento das pessoas nas calçadas, nos elevadores, no transporte coletivo, no trânsito dos veículos, na preservação da limpeza das vias públicas, etc.
5 Estética
A Estética, disciplina que remonta à filosofia grega, ocupa-se com o estudo teórico do belo, buscando entendê-lo, explicá-lo e avaliá-lo nos objetos ideais, na natureza e na obra de arte.
O que é pretendido por Boas Maneiras através de sua relação com a Estética é conhecer e evitar aquilo que, esteticamente considerado, possa agredir e afastar as pessoas por ferir sua sensibilidade, e procurar os meios de agradar, no sentido de aproximá-las. Como já disse, penso que, no convívio social, somos naturalmente objetos estéticos uns para os outros, e isto faz nossa aparência ser tão importante. Por isso é norma de Boas Maneiras o vestir-se bem, ter os cabelos limpos e bem penteados, usar joias com adequação, etc.
6 Celebração e comemoração
Parece-me necessário fazer um contraponto entre celebração e comemoração, termos aplicáveis a um evento ou conjunto de eventos sociais. Celebrar tem como conotação principal realizar no tempo presente, enquanto comemorar remete ao passado, com a conotação de relembrar com júbilo.
Em seu Dicionário, Ed. 1986, Aurélio Buarque de Holanda dá para celebrar um primeiro significado que condiz com essa minha colocação: “1. Fazer realizar com solenidade; promover, patrocinar: celebrar um tratado de paz“. Porém ele apresenta para este mesmo verbete, como segundo significado, o termo comemorar, e dá exemplos de emprego não diferenciado para as duas expressões, reunindo textos de vários grandes escritores.
Em que pese o lastro de grande peso literário para esta sinonímia, o tratamento claro e inequívoco que desejo para os termos de Boas-maneiras e Etiqueta reclama uma distinção – que me esforço por fazer – entre o que seja “celebrar” e “comemorar”.
Nas celebrações, pelo menos um dos eventos é uma cerimônia que inclui um ritual de renovação ou criação de um novo status. e por isso são solenes. Nas comemorações, ao contrário, nada se altera no objeto da comemoração. Por exemplo, são celebrações cerimônias de batismo, de casamento, e comemorações os eventos festivos realizados no aniversário de feitos históricos.
7 Cerimônia
A Cerimônia é um evento social solene, constituído da integração coordenada de ações carregadas de um sentimento especial (sentimentos de patriotismo, respeito, fé religiosa, etc.) coerente com seu objeto e com sua natureza (celebração ou comemoração solene), estimulado pelo Ritual que a integra, e tem a finalidade de solenizar (tornar indeléveis perante a sociedade) acontecimentos sociais significativos. Em uma cerimônia fúnebre, na qual está inserida uma missa de corpo presente, o sentimento é de luto e tristeza. Em uma solenidade de formatura, com o ritual da entrega dos diplomas, eu diria que os formandos e a assembleia estão imbuídos de sentimentos de alegria e esperança.
A Cerimônia segue um Protocolo ao qual incumbe, como se verá abaixo, cuidar da integração dos diversos participantes nas várias etapas do evento, com a preocupação relativa à importância social de cada um, às regras de Boas Maneiras e Etiqueta, e de respeito ao ritual.
O estudo e a organização das cerimônias cabe ao Cerimonial.
8 Cerimonial
Cerimonial é a disciplina cujo objeto é o conhecimento relativo às cerimônias, quanto às finalidades a que se prestam, à sua oportunidade, seu planejamento e execução obediente a Boas Maneiras e Etiqueta, e sua adequação aos sentimentos que se propõe exaltar. Fundamenta-se no conhecimento pertinente da história, da ritualística, das tradições culturais folclóricas e religiosas envolvidas, e quanto ao protocolo de precedências a elas respectivo.
Ao promover uma cerimônia o Cerimonial já terá previsto a organização que ela terá, o modo de abertura e encerramento, sua data e duração, o ritual a adotar, as autoridades e os convidados a participar, a cronometragem das etapas, etc. O registro ou assento desse planejamento é o Protocolo da cerimônia, e o serviço encarregado de executá-lo é o próprio Cerimonial.
9 Comemorações
São as festas e demais eventos sociais, populares, informais, formais ou solenes, que expressam júbilo por algum fato auspicioso ocorrido em passado imediato, recente ou longínquo. “Com esta festa comemoramos o centenário de nascimento do grande poeta”, exemplifica o Aurélio (já referido).
Em comparação com celebração verificamos que não são termos sinônimos. Diz-se, por exemplo: “o Brasil comemora o penta campeonato conquistado no ano passado”. Seria incorreto dizer “celebra”.
Em alguns casos o emprego de um ou de outro termo pode ocorrer, dependendo de qual a perspectiva que se deseja adotar, e se o sentimento que permeia os eventos é de júbilo. Por exemplo, “Deu uma grande festa para comemorar as bodas de ouro”, é comemoração porque lembra um casamento ocorrido há 50 anos. Mas, por outro lado, as “bodas de ouro” têm, por si mesmas, grande significação, e se realizam, comumente, com inclusão de um rito (missa, bençãos, etc.). Sob esse segundo aspecto são uma celebração (V.p.f.).
Podem, igualmente, coexistir, isto é, uma celebração (uma missa solene) pode ser incluída nas festas de uma grande comemoração.
V.p.f. Civilidade
10 Etiqueta
Etiqueta é, para mim, uma disciplina técnica, e me parece um grande erro tomá-la como sinônimo de Boas-maneiras. É da alçada da Etiqueta indicar as formas mais práticas e adequadas para que o conforto seja o maior possível e o respeito ganhe a máxima expressão em cada aplicação das normas de Boa Maneiras, e isto implica detalhes técnicos como, por exemplo, a arrumação da mesa para um jantar formal; como organizar almoços e jantares com buffet; roupas adequadas aos eventos; formas para convites e agradecimentos; escolha e entrega de presentes, etc.
As regras da etiqueta para a distribuição de pessoas à mesa são úteis para a melhor interação entre a família do anfitrião e os convidados, ou simplesmente entre os convidados, o que é uma norma de cordialidade à mesa de Boas Maneiras. Essas regras permitem também o reconhecimento pelo anfitrião do grau de importância que a sociedade atribui a cada um dos seus convidados. Esta é uma evidência de que a Etiqueta é uma disciplina que se ocupa das técnicas para a bom transcurso dos eventos sociais no que diz respeito a Boas Maneiras.
Como visto, a Ética tem princípios; não têm normas nem regras. A Civilidade tem preceitos derivados de princípios éticos. Boas Maneiras tem normas, e Etiqueta têm regras técnicas.
Institui-se na Etiqueta o Protocolo (V.p.f.) que absorve e detalha as regras da Etiqueta nos eventos formais e nas solenidades
11 Evento social
Ocorrência, episódio, sucesso ou acontecimento consistindo na reunião de pessoas em um local determinado, planejada para a realização de um propósito de agrado comum e segundo os princípios da Ética e da Civilidade.
Eventos sociais incluem desde os encontros ocasionais e os fixados por disposições regimentais, até as comemorações e celebrações e, quanto à sua forma, podem ser informais, formais, e solenes (V.p.f.).
12 Eventos sociais formais
Compreendem as Recepções (jantares,chás, coquetéis, etc.) comandadas por um anfitrião que faz os convites e recebe os convidados à porta, e têm um Protocolo que poderá ser de maior ou menor rigidez.
13 Eventos sociais Informais
Existem pelos mais variados motivos. São deste tipo de evento os debates, conferências, bailes, jogos, manifestações políticas, etc. Acontecem com a finalidade de um encontro de pessoas para distração ou de discussão de negócios, promovida por um ou mais dos participantes. Ex.: “reunião de amigos para um chope”. “Reunir amigos para um churrasco”. “Reuniu amigos para comemorar com queijos e vinhos“, “reunião de empresários”, “reunião da irmandade”, “reunião do condomínio promovida pelo síndico”. “Reunião de professores convocada pelo Conselho”
Nos eventos informais as normas de Boas Maneiras e as regras de Etiqueta não são desprezadas, mas obedecem a uma Pauta simples. O promotor do encontro nem sempre procede como um anfitrião. Convida os amigos ou os interessados pessoalmente, ou o faz por e-mail ou telefone, pode não conhecer boa parte dos participantes no evento que promove. Uma reunião informal é o mais simples dos eventos sociais.
14 Eventos sociais ocasionais. Quaisquer eventos não vinculados a uma celebração ou comemoração, realizados para entretenimento, negociações, etc. mas que podem ser planejados como informais ou formais.
15 Eventos sociais solenes. V.p.f. solenidade.
16 Festa
Evento social informal para fim de divertimento, marcado por alegria, júbilo, regozijo; festa muito animada; festa de arromba; festão, festança. Dará uma festa no seu dia de aniversário. Tem um significado coletivo, quando se refere a um conjunto de cerimônias com que se celebra ou com que se comemora qualquer acontecimento como em Festa do Natal, reunindo ceia, celebração da missa do galo, amigo oculto, almoço de Natal, etc. Festa da cumeeira. Na liturgia, festa em honra de Santo Antônio. De festa deriva festival, acontecimento artístico para mostra de grandes realizações concorrentes a prêmios, como o festival de cinema de Brasília, etc.
17 Protocolo
Protocolo é o termo que designa o plano para a execução de uma cerimônia com previsão de suas etapas, de seu ritual, e das precedências a serem observadas entre seus participantes. Ele se aplica à organização das cerimônias, como instrumento do Cerimonial (V.p.f.)
O Protocolo, como a Etiqueta, é essencialmente técnico. Não se orienta pelo respeito à pessoa humana em si – preocupação que cabe ao Cerimonial na sua avaliação geral da organização da cerimônia –, porém pelo respeito ao status ou condição de importância do indivíduo como elemento político, familiar ou religioso em um determinado contexto, ou em uma relação de contextos.
Porém não é uma arte, como a Etiqueta, e sim uma disciplina ordinária do conhecimento, que tem vínculo com a Administração, a Diplomacia e a Sociologia, e que interessa aos profissionais promotores de eventos e ao Cerimonial em geral, onde quer que possa ser aplicado.
Como disciplina compreende conhecimentos administrativos, diplomáticos e sociais, e se vincula à Etiqueta, à Ritualística, à Estética, e a outras disciplinas auxiliares importantes para o assessoramento que lhe compete dar ao Cerimonial, cabe-lhe conhecer e obedecer aos regulamentos e normas que dispõem sobre critérios de precedência de acordo com hierarquias militares e religiosas, graus de importância do parentesco da nobreza, ordem de antiguidade, etc.
18 Pauta protocolar
Plano geral ou esquema resumido de etapas para um evento social que não é formal ou solene, e por isso não requer um Protocolo rigoroso. Um cruzeiro marítimo tem sua pauta protocolar quanto ao relacionamento dos passageiros com os oficiais, o entrosamento entre grupos, etc. Regimentos costumam conter uma Pauta protocolar de regras básicas a serem seguidas quando trata de reuniões para fins específicos , etc.
19 Recepção
Evento social formal – se organizado segundo um Protocolo –, ou solene –, se inclui um ritual. A recepção pressupõe a existência de um anfitrião que convida e recebe seus convidados para algum tipo de entretenimento como um jantar, um chá, um coquetel, etc. Os diversos episódios da recepção como os cumprimentos à entrada, o coquetel que antecede um jantar, a distribuição dos convidados à mesa, o serviço, o aparelhamento da mesa de refeições, etc., constituirão o Protocolo do evento e obedecem a Boas Maneiras e Etiqueta.
20 Ritual
A observação atenta de alguns rituais pode nos levar a uma ideia com certeza bastante correta do que eles são. Compreendem um conjunto sequenciados de procedimentos distribuídos em vários papeis fixos, e têm suas vestimentas e instrumentos próprios. Observamos também que o objeto do ritual é uma ação afirmativa relativa a alguma coisa que é o seu objeto, por exemplo, ações que simbolizam o voto de união perene no casamento, ou enfatizam, celebram ou comemoram a passagem de um indivíduo a um novo status, ou simbolizam uma homenagem como nos rituais de cerimônias cívicas. Cabe ao Ritual, na sua encenação, nas suas palavras, e no uso de seus objetos e vestimentas, promover a exteriorização e estimular o sentimento afim com o significado social da Cerimônia de que ele é parte. Finalmente observamos algum grau maior ou menor de manifestação de sentimentos pelos participantes da cerimônia, que é estimulada pelo ritual em relação ao seu objeto.
Sabemos que por traz do ritual existe uma cultura, e que as culturas se mantêm vivas graças aos seus rituais.Cerimônia e ritual portanto, não se confundem, mas se mesclam. Um ritual pode ser inserido em todo tipo de evento social, mas uma cerimônia não pode existir sem um ritual. O ritual segue a liturgia ou regimento que o estabeleceu, quanto seus papéis e participantes. O ritual, quando realizado solitariamente, é praticado, e não celebrado. Ex: Todo dia pratica um ritual matinal de orações.
21 Solenidade
No meu quadro das definições, uma solenidade é um evento social que obedece a um protocolo, sujeito a um Cerimonial, e incluem um ritual. Além das cerimônias (casamentos, batizados, etc.), entre os eventos sociais solenes contam-se também as reuniões solenes, com ritual segundo um regimento estabelecendo o traje a ser usado (fardões, uniformes de gala, faixas, etc.), e procedimentos para seu início, transcurso e encerramento.
22 Cerimonialista
Especialista em planejamento e promoção de cerimônias e de recepções. Consultor de eventos.
23 Autoestima
Entendo por “autoestima” o sentimento resultante do conhecimento comparativo do próprio valor, em relação a valores respeitados no meio social, ou aos que o próprio indivíduo aspira como ideais. A autoestima (não se confunda com amor-próprio) é referência natural para a felicidade do indivíduo e para sua decisão de existir, e o fundamento para o seu bom comportamento social. A autoestima do outro é respeitada quando ele é reconhecido em tudo aquilo a que ele empresta valor e em que fundamenta sua própria autoestima.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 2000 e revisada em 23-01-2013 e 03-08-2022.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Cerimonial, Protocolo, Etiqueta e Boas Maneiras – Definições. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2013.