Glossário de Teatro

Hoje: 28-03-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

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Caixa do palco. Parte do edifício teatral que contem, além do palco propriamente dito, dependências anexas como camarins, espaços de manobra de mecanismos, depósitos de materiais para os cenários da representação em curso, além de um porão.

Camareira. Dá assistência aos atores no camarim e encarrega-se do vestuário dos personagens que eles irão representar; mantém o camarim limpo, as roupas limpas e bem condicionadas.

Camarim. Recinto reservado, próximo ao palco, onde os atores se vestem e se maquilam para a cena, ajudados pelos técnicos das áreas respectivas.

Camarotes. Cabines com balaustrada erguidas em estruturas ao redor da plateia, contra as paredes do auditório, das quais se tem uma visão privilegiada do palco. O camarote ao fundo, sobre a entrada do teatro, tido como o mais privilegiado de todos, é reservado a autoridades: Camarote real; camarote do Presidente.

Canovaccio ou Canevas. Drama escrito de modo resumido, como um memorando. Servia para orientar os atores da Comedia dell’Arte, um gênero de teatro italiano de representação à base de improvisos. Evitava que os Atores perdessem o rumo da história encenada e se afastassem do papel que deviam representar. Libreto. Livro com o texto de um drama preparado para representação teatral cantada e musicada para orquestra. Contem todas as indicações próprias do roteiro teatral como papel de cada personagem, cenário, divisão em cenas e atos, decoração e vestimentas, efeitos de luz, e o diálogo a ser cantado pelos atores. Sua diferença para o um drama comum é a maior brevidade (por isso o nome de “pequeno livro”), motivada pelo fato de que o texto cantado faz um espetáculo mais longo que o texto escrito. Muitos libretos são condensações de peças teatrais.

Canovaccio ou Canevas. Drama escrito de modo resumido, como um memorando. Servia para orientar os atores da Comedia del’Arte, um gênero de teatro italiano de representação à base de improvisos. Evitava que os Atores perdessem o rumo da história encenada e se afastassem do papel que deviam representar.

Captatio benevolentiæ. Expressão latina para as palavras que um dos intérpretes ou um dos diretores discursa brevemente solicitando a benevolência do público para eventuais falhas da representação, geralmente devidas à precariedade de recursos disponíveis para a montagem.

Carpinteiro. Profissional indispensável para serrar, montar e travar as estruturas cenográficas, sob a direção do cenotécnico e de acordo com o projetado pelo cenógrafo.

Catarse. Efeito psicológico benéfico sobre o espectador como resultado de sua identificação com os personagem nas situações de conflito e sua solução, na representação dramática.

Cena. Segmento do drama em que a ação se desenvolve no mesmo ambiente, na mesma época e com os mesmos atores. A alteração em qualquer desses elementos determina uma nova cena. É também a parte do palco limitada pelo cenário e destinada a representação.

Cenário de gabinete. Cenário de interiores limitados por paredes com portas e janelas, mobiliados como escritórios ou cômodos de uma casa ou apartamento. São ditos “cenários realistas” por reproduzirem no palco o ambiente real em que se passa o drama.

Cenário. Conjunto dos diversos materiais utilizados para criar o ambiente e a atmosfera própria na representação do drama. Compreende painéis, móveis, adereços, bambolinas, bastidores, efeitos luminosos, projeções etc.

Cenografia. Arte e técnica de criar, projetar e dirigir a execução de cenários para espetáculos de teatro, de cinema, de televisão, de shows etc. O termo aplica-se também ao conjunto dos elementos (cortinas, bastidores, mobiliário, etc.) que representam o espaço imaginado para a ação do drama.

Cenógrafo. Também chamado cenarista. Aquele que cria o projeto cenográfico e monta o espaço cênico de modo realista ou conforme idealizado pelo dramaturgo e acompanha e orienta sua execução.

Cenotécnico. Constrói o cenário e faz funcionar os mecanismos para criação dos ambientes, conforme planejado pelo Cenógrafo. É ajudado pelos carpinteiros que fabricam painéis a serem pintados pelos pintores, as portas, as janelas, o mobiliário,e demais peças requeridas pelo projeto.

Ciclorama. Tela no fundo do cenário, curva para efeito de perspectiva, ou plana para retro-projeção. Pode ser um painel pintado, de pano ou madeira, com paisagens, jardins, ruas, praias e mar, horizontes montanhosos, etc. São comuns cicloramas mostrando como fundo de cena um terraço, principalmente para as tragédias; uma praça pública para uma comédia, e uma paisagem bucólica para cenas campestres. Quando se deseja um fundo neutro, possui uma cor única: branca, preta ou cinza. Uma paisagem retro projetada que se move cria a ilusão de deslocamento dos objetos do palco.

Comédia. Peça teatral que tem o propósito de provocar riso nos espectadores,tanto pelas situações cômicas quanto pela caracterização de tipos e de costumes, quanto pelo absurdo da história. Distinguem-se modalidades como Comédia do Absurdo, Comédia Dramática (peça que reúne situações sérias e episódios cômicos). Comédia Musical, Comédia romântica Sketch cômico (comédia curta e informal), Comédia satírica, etc.. Na comédia a ação precisa não somente ser possível e plausível, mas precisa ser um resultado necessário da natureza ingênua do personagem.

Commedia dell’Arte. Teatro popular ambulante de comediantes italianos, cuja interpretação envolvia malabarismos, correrias, cacetadas, simulação de encontros secretos e dança cômica. Os atores usavam meias-máscaras de personagens fixos, e improvisavam em relação ao texto básico da peça, o canevccio (v.p.f.) *. Suas comédias trouxeram pela primeira vez mulheres ao palco, em lugar dos rapazes adolescentes vestidos de mulher para os papeis femininos. Os historiadores supõem que “dell’Arte” é alusão à perícia e dotes artísticos próprios dos saltimbancos tais como malabarismos, improvisações engraçadas, mímica, etc., significando a arte requerida para a representação.

Contracenar. Atuarem na mesma cena dois ou mais atores, participando do mesmo diálogo.

Contra-regra. Encarregado de produzir certos efeitos sonoros como trovões, relâmpagos, ruídos de motor, relincho de cavalos, etc. Providencia e distribui os adereços e utensílios de cena a serem utilizados pelos atores em seus papeis, assim como os recolhe e conserva para os espetáculos seguintes. Trabalha em conjunto com o cenotécnico na criação dos ambientes, e na mudança dos cenários.

Cortina. Peça, geralmente em tecido, que resguarda o palco. Abre e fecha nas mudanças de ato, e ao fim ou início do espetáculo. Movimenta-se lateralmente, ou sobe e desce por mecanismo apropriado. Também chamada em teatro de “pano-de-boca” e “cortina de boca”. Está situada logo atrás da moldura ou boca-de-cena.

Coxia. Seu significado ordinário é de passagem estreita. Nos palcos de teatro, emprega-se para designar a passagem entre os bastidores, para a entrada em cena do ator, ou de onde os que não participam da cena podem observá-la sem serem vistos pelo público. Por extensão, também o espaço estreito ou corredor situado imediatamente atrás dos bastidores.

Rubem Queiroz Cobra

(*) V.p.f. = Veja por favor.

Página lançada em 12-02-2006.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Glossário de Teatro. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2006.