Boris Brajnikov – com notas sobre Eugênia Miller Brajnikov

Hoje: 23-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

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4. Trabalhos durante a guerra.

Sobre a vida de Boris Brajnikov em Paris durante a segunda guerra, não podemos senão repetir o que fizemos em relação à sua juventude: supor que passou pelas mesmas vicissitudes sofridas pelo grupo no qual estava inserido.

O professor Jean Wayart, em seu depoimento – um dos vários reunidos pelo Centro Nacional de Pesquisas de Paris–, fala minuciosamente dos pesquisadores do Centro no período da guerra. Quando foi noticiada a marcha dos alemães rumo a Paris, em junho de 1940, houve uma debandada geral dos técnicos. No dia 10, o governo francês deixou a Capital e Paris se tornou “cidade aberta”, o que equivale a um “salve-se quem puder”. Foi apenas de quatro dias o prazo que os cientistas tiveram para transferir seus livros, arquivos e aparelhos para lugar seguro. Grande parte deles fugiu carregando o que foi possível carregar, principalmente para Bordeaux e Toulouse, fora da rota dos alemães, e de onde poderiam passar à Inglaterra ou à Espanha. Boris Brajnikov teria se antecipado, levando a esposa grávida para Bordeaux, pois a única filha do casal, Eugenie, nasceu a 15 de outubro de 1939 em Cauderan, Bordeaux (na Gironde, França).

Em 14 de junho de 1940, as tropas inimigas entraram na Capital. Seguiu-se o armistício, no outono do mesmo ano. Iniciada a nova ordem, a possibilidade de colaborar com a Resistência fez que os cientistas retornassem a Paris. O Centro voltou a funcionar e os pesquisadores retomaram seus trabalhos. Os alemães se inseriram na pesquisa e na administração do Centro.

Ainda segundo o professor Wayart, os pesquisadores voltaram à sua rotina de trabalho: davam cursos, faziam hora extra, prosseguiam agudamente interessados em suas pesquisas, em uma quase normalidade, não fosse a falta de funcionários nos procedimentos de pesquisa e o temor permanente dos alemães. A Secretaria criou documentos falsos para pesquisadores e funcionários judeus. Havia muitas reuniões da Resistência nos laboratórios de química e mineralogia e discussões entre os pesquisadores divididos entre a Frente Nacional de Direita – os gaulistas –, e os Comunistas da Esquerda. Os primeiros esperavam que os Estados Unidos interferissem em breve para a libertação da França, e os últimos acreditavam que seriam os russos que libertariam o país. Vários professores foram presos e fuzilados como demonstração de força dos alemães ou porque participassem na sabotagem atribuída à Resistência.

Pesquisas que pudessem interessar aos ingleses e americanos foram imediatamente iniciadas. Microfilmes de interesse para os aliados eram processados clandestinamente onde fosse possível prepará-los, por professores do Laboratório de Química. Jacques-Paul Bourcart conduziu os trabalhos de sua equipe para o estuário do Sena e as praias da Normandia, um estudo que poderia ser útil ao preparo do provável desembarque dos aliados para a libertação da França..

Durante toda a guerra os cientistas do Centro Nacional de Pesquisas Científicas conseguiam publicar seus trabalhos graças à boa vontade de um editor de Paris, Enrique Freyman. Ele era o dono da Editora Hermann que pertencera ao seu sogro Arthur Hermann. Para colaborar com os cientistas, Freyman criou a coleção Actualités scientifiques et industrielles. Brajnikov teve alguns de seus trabalhos publicados nessa coleção.

Continuando as pesquisas feitas para sua tese, Boris Brajnikov publicou Sur les associations de mineraux lourds de quelques rivières de la bordure sud du Bassin de Paris, juntamente com Mademoiselle Solange Alphonsine Duplaix. Esta moça com certeza era uma grande amiga sua, pois ele faz para ela a carta de apresentação – que é acompanhada de outra de Jacque Bourcart –, para seu ingresso na Société Géologique de France (Sommaire des séances de la Société, de 1944, Página 36).

Solange Duplaix, segundo os seus biógrafos nascida na vila de Issoudun, no Indre, região central da França, em 1904, tinha a mesma idade de Brajnikov. Entrou para o Laboratório de Géographie Phisique et Géologie Dinamique em 1942, como estagiária, passando logo a Adjunta (Attaché) de Pesquisa e em 1945 integra o Centro Nacional de Pesquisas Científicas. Trabalhando, sob a orientação de Boris, no estudo dos sedimentos da Bacia de Paris, Solange faz o reconhecimento de minerais pesados nas areias, retomando os trabalhos de Batourine na U.R.S.S., provavelmente por influência do seu orientador.

As atividades artísticas de sua esposa não são menos intensas. São do período da guerra as suas pinturas mais apreciadas.

O dia 25 agosto de 1944 é o dia da libertação de Paris. No dia 24 já um destacamento de tanques das forças aliadas chegou à Prefeitura ao cair da noite, dando início à festa que marcaria o acontecimento. No dia 26 teve lugar o desfile triunfal nos Champs-Elysées em meio a uma multidão incontável de parisienses.

5. Missão no Brasil.

Acredito que não tenha custado muito a Brajnikov obter a missão no Brasil e a respectiva bolsa, em vista do que diz o professor Jean Wayart, em seu depoimento ja referido. Falando das facilidades de que gozavam os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas, o professor afirma que se podia solicitar uma missão e isto era concedido rapidamente, sem burocracia.

Diz ainda Azevedo (op. cit.) que Boris Brajnikov realizava pesquisas no Brasil deste 1946. No Anuário Fluviométrico do MINAGRI de 1945, publicado com atraso de um ou dois anos, foi inserido um trabalho seu sobre o Rio São Francisco. Nele é dito, em nota do rodapé, que Brajnikov veio ao país em missão de estudos científicos, enviado pelo Laboratório de Geografia Física e Geologia Dinâmica da Universidade de Paris, e que era Membro de Centro de Pesquisas Científicas da França, e geólogo do Instituto de Tecnologia Industrial do Estado de Minas Gerais.

Em setembro de 1946 Boris deixou a França com a mulher e a filha, a bordo do navio a vapor francês Campana, que naquele ano, passada a guerra, havia retomado o transporte de passageiros na rota Marselha, Dakar, Bahia, Rio de Janeiro, Santos, Montevideo e Buenos Aires. A família desembarcou no Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1946, com vistos de entrada obtidos no Consulado do Brasil em Paris na condição de apátridas, portando os passaportes NANSEN de números 00305-00307. Boris é descrito em seu registro de entrada com os seguintes sinais pessoais: “Altura – 1m.69 ; Cabelos- castanhos; Olhos- pardos; Nariz- retilíneo; Boca- regular; Rosto – largo; – Compleixão – pálida”. Sua esposa apresenta em sua ficha: “Sinais Pessoais – Altura – 1m.56 cm ; Cabelos – Loura; Olhos- castanhos; Nariz- aquilino; Boca- pequena; Rosto – oval; – Compleixão – clara”

No Rio Boris procura o Departmento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultua. À frente daquele Departamento (1938 a 1942) estivera o engenheiro Luciano Jacques de Moraes que havia se empenhado em trazer géologos americanos para o Brasil. Essa política foi continuada pelo engenheiro Antônio José Alves de Souza, Diretor de1942 a 1948, que empregou vários geólogos europeus deslocados pela guerra. É provável que a notícia dessas contratações tenha orientado Boris a vir para o Brasil.

O engenheiro Antônio José Alves de Souza, trabalhava com empenho pela estruturação da Companhia Hidroelétrica do Sâo Francisco – CHESF, e no projeto da futura usina que viria a beneficiar imensamente a população do Nordeste. É significativo, portanto, que o primeiro trabalho de Boris no Brasil tenha sido sobre aspectos geológicos e geográficos do Vale do São Francisco e publicado pelo Ministério da Agricultura, indicando que fora contratado por aquele Ministério, e seguia orientação do seu titular.

Os tramites da contratação e o primeiro contacto com a nova língua e os costumes do país foi certamente o que motivou a família a permanecer cerca de dois meses no Rio de Janeiro, antes de seguir para Belo Horizonte.

6. Trabalhos em Minas Gerais.

A primeira publicação sua no Brasil, de que tenho notícia, é Alguns aspectos geológicos e geográficos do Vale do São Francisco, publicado no Anuário Fluviométrico do Ministério da Agricultura de 1945, a que já me referi. É um estudo geológico, no qual a geomorfologia tem parte importante, e que não negligencia a geografia humana. Quando solicita ao Ministério da Justiça a transformação da autorização de permanência temporária em permissão de residencia definitiva no Brasil, ele presenta um documento de capacidade científica fornecido pela Divisão de Fomento da Produção Mineral (Miistério da Agricultura).

Após esse seu primeiro trabalho em Minas, foi contratado pelo ITI-Instituto de Tecnologia Industrial, criado em 1944 em Belo Horizonte, no Serviço Estadual da Produção Mineral da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, A equipe do Instituto orientava-se principalmente pelas ideias e pesquisas sobre metalogênese e petrogênese de Djalma Guimarães, uma área na qual Brajnikov já realizara alguns trabalhos publicados na França. O Dr. Cláudio Viana Dutra, que gentilmente me encaminhou a lista dos trabalhos de Brajnikov no ITI, lembra-se.de que o Dr. Djalma Guimarães e o geólogo russo tornaram-se bons amigos, integrados nos mesmos interesses de pesquisa. Mantinham longas conversas em francês, horas e dias seguidos, sobre granitização e metalogenia, inclusive, não raro, sobre amenidades, quando as risadas de ambos chamavam a atenção dos outros técnicos.

Até a década de 40, as determinações de idade de rochas por desintegração radioativa requeriam dosagens muito precisas de urânio, tório e chumbo nos minerais radioativos, em geral provenientes de pegmatitos. Ainda que o processo fosse teoricamente correto, mostrava na prática sérios desvios, em razão de perdas naturais de elementos radiogênicos que deixavam de ser computados. Djalma Guimarães e o químico Willer Florêncio se envolveram durante vários anos no estudo desse problema. Em trabalho de 1951 (Vide Obras) Brajnikov propôs um método diferente para cálculo da idade das rochas, não com base na relação entre Urânio e Chumbo, mas na relação entre variedades de minerais de urânio presentes (U235/U238), que se revelou bem mais preciso.

Em agosto de 1952 Boris Brajnikov foi contratado pelo governo do estado do Espírito Santo para executar a carta geológica do Estado no prazo de três anos na escala 1:400.000.000. Fazia viagens pelo interior do Espírito Santo, e mantinha residência em Belo Horizonte. Realizou o mapa, o qual foi publicado por conta do Estado em 1955.

7. A família em Belo Horizonte.

O período em que residiu em Minas Gerais foi possivelmente um dos mais felizes e produtivos da carreira de Boris Brajnikov. A Capital mineira mantinha uma atmosfera ímpar de tranquilidade interiorana e uma vida cultural envolvente. A cidade recebia a maior parte das figuras proeminentes que visitavam o Rio e São Paulo. Entre outros eventos artísticos, realizava-se anualmente, em julho e agosto, a temporada de óperas no Teatro Francisco Nunes. Eram frequentes os concertos dados pela Orquestra Estadual. Havia muitas livrarias bem abastecidas, e muitos encontros culturais e mostras de arte. É ao comentar uma dessas exposições em que a esposa de Brajnikov expôs sua pintura que o redator do Boletim do Instituto Brasil-Estados Unidos, (Edição 136; Edições 144-164; Edições 167-197, 1954) revela: “A pintora, Sra. Eugênia Miller Brajnikov, passou a sua infância no Japão, onde o seu pai era diplomata, e lá começou a estudar a pintura, sob a direção dos mestres japoneses, dos quais recebeu a iniciação técnica oriental. Mais tarde, na França, estudou nos ateliers dos mestres da Escola de Paris e participou com sucesso de inúmeras exposições.”

Em seu trabalho de campo em Minas Gerais Boris Brajnikov muitas vezes se fazia acompanhar da mulher e da filha Eugenie, estabelecendo residência temporária para a família nas vilas em que podia polarizar suas pesquisas. Eugênia Miller retratou as pinturas do interior da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, Matriz de Ouro Preto. Em Conceição do Mato Dentro, nos contrafortes da serra do Espinhaço, identificou, no estilo dos telhados e nas pinturas de três casas, sinais que julgou inconfundíveis, de uma influência da arte oriental na arte brasileira. Tais influências estéticas, presentes também nos recintos sagrados, teriam sido trazidas pelos jesuítas portugueses no início do século XVIII. Entusiasmada com a constatação, a artista escreveu o artigo “Traces de l’influence de l’art oriental sur l’art brésilienne du debut du XVIIIéme siècle”, publicado na Revista da Universidade de Minas Gerais, atual UFMG (Belo Horizonte, nº 9, maio 1951, p. 40-60). Além do artigo sobre a influência da arte oriental na arte brasileira, Eugênia Brajnikov escreveu também um ensaio que seria publicado em 1959 na revista Kriterion‎, da Faculdade de Filosofia da U.M.G. (Belo Horizonte, ns. 49-50, 1959, p. 424).

Declarando-se apátridas e residentes em Minas Gerais “desde o mês de novembro de 1946”, Boris Brajnikov e Eugenia Miller Brajnikov solicitam permanência definitiva no Brasil. Os pedidos são enviados ao Min. da Justiça no Rio, pela Chefia de Polícia de Minas, com a devida documentação, em 24 de maio de 1947. Deferidos pelo Ministro da Justiça em 8 de setembro de 1947, os vistos de permanência são recebidos em Belo Horizonte em novembro do mesmo ano. Valiam também para a filha menor, Eugenie.(8 anos de idade na data da concessão).

Ao solicitarem o visto, Boris e Eugênia declaram respectivamente residirem na cidade de Caeté, à avenida João Pinheiro, o que também é atestado pelo Delegado de Polícia da Minas Gerais. Posteriormente passam a residir em Belo Horizonte, à Rua Tomé de Souza, nº 406, por trás do Palácio do Governo, no Bairro dos Funcionários.

8. Empenho pela criação dos cursos de Geologia.

Esse envolvimento com a sociedade e a cultura belo-horizontina com certeza foi o que aproximou o casal Brajnikov do Vice Governador Clóvis Salgado, um homem vocacionado para as artes e a pedagogia, futuro ministro do governo Kubtschek. De acordo com o professor Irajá Damiani, quando fala dos episódios mais tarde relacionados à criação dos cursos de geologia no Brasil, a amizade de Boris Brajnikov com Clovis Salgado estava associada ao fato de que “sua esposa era professora de violino da esposa do ministro.” (Entrevista do Professor Irajá Damiani Pinto para o Prof. Ruy Paulo Philipp em 10 de julho de 2003 em www.museumin.ufrgs.br/MemIrajaPinto.htm)

Essa amizade era real e quando o Vice-Governador tornou-se Ministro da Educação e Cultura do Presidente Juscelino Kubtschek de Oliveira, certamente já trazia consigo ponderações ouvidas de Brajnikov em favor da fundação dos Cursos de Geologia, certamente somadas à opinião de John van Nostrand Dorr II, chefe da Missão Americana no Quadrilatero Ferrífero, sempre hávido em colaborar no que pudesse pelo desenvolvimento do país. Em junho de 1952 Clovis Salgado convoca Boris Brajnikov para integrar seu gabinete.

O mesmo professor Irajá Damiani Pinto, acima citado,:dá notícia da campanha de Boris Brajnikov pela fundação dos cursos: – “Em 1957 o Reitor da UFRGS, Prof. Eliseu Paglioli foi ao Rio de Janeiro e conheceu um geólogo russo, o Sr. Boris Brajinikov (sic), que havia convencido o então Ministro da Educação da importância de um curso de geologia para o país e da sua disposição em organizá-lo. Este geólogo colocou ao Reitor Paglioli a possibilidade dele fazer um curso de geologia aqui no sul”.

O mérito de Boris Brajnikov pela sua atuação na origem dos cursos de geologia no Brasil é reconhecido na Revue de l’enseignement supérieur de l’Association d’étude pour l’expansion de l’enseignement supérieur (1960, p. 77). onde se lê : «La mission au Brésil de M. Boris Brajnikov n’a pás eu seulement pour résultat les travaux qu’il a faits à Minas Gerais et Espirito Santo, mais a provoqué aussi l’organisation de curses pour la formation dês géologues à Recife.»

Uma quarta referência ao nome de Brajnikov como prova de que estava na raiz do projeto de criação dos cursos de geologia está no texto do Prof Raphael Copstein, publicado no volume comemorativo aos 25 anos do Curso de Geologia de Porto Alegre, onde fala da nomeação, pelo Ministro da Educação e Cultura, Professor Clóvis Salgado, da Comissão incumbida de planejar a implantação de cursos de geologia no País. Diz ele: “Esta Comissão, composta pelo Diretor de Ensino Superior, Jurandyr Lodi, pelo representante da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Frederico Rangel, Othon Henry Leonardos, Elysiário Távora, Avelino Ignácio de Oliveiro, John Van Dorr II e Boris Brajnikov, iniciou de imediato o seu trabalho, assessorando-se de Viktor Leinz, da Universidade de São Paulo, Irajá Damiani Pinto (do Rio Grande do Sul) e Licínio Barbosa, da Universidade de Minas Gerais”.

Com base no trabalho dessa Comissão, Clovis Salgado levou ao presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira o decreto n° 40.783, assinado por ambos e 18 de janeiro de 1957, instituindo a Campanha de Formação de Geólogos – CAGE, à qual caberia promover a criação de cursos destinados à formação de geólogos e regular seu funcionamento. Por uma portaria do Ministro de 14 de fevereiro do mesmo ano, o Professor Boris Brajnikov foi mantido como Assessor Tecnico da mesma Campanha junto à Universidade de Recife, Contratado pela Univ. do Recife (depois Federal de Pernambuco) em 24 de maio d 1957, valendo a partir de 1º de abril de 1957 – para a cadeira de Geologia Física (Geral). própria CAGE, Brajnikov foi lecionar no Recife.

Todos estes fatos estão confirmados de modo sintético na Declaração assinada por Celso Teixeira Brant, Chefe de Gabinete do Ministro Clóvis Salgado, cuja fotocópia – obtida no Arquivo Nacional –reproduzimos abaixo.

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Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 31-10-2009.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Boris Brajnikov - com notas sobre Eugênia Miller Brajnikov. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2009.