Maturidade das Instituições

Hoje: 23-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Porque os indivíduos constituem grupos para determinados fins – os quais espelham a maturidade pessoal de seus membros –, podemos falar de maturidade e imaturidade de uma instituição, como reflexo do nível geral de maturidade pessoal dos indivíduos que dela fazem parte. Além de deixarem a marca de sua própria imaturidade, uma instituição pública reflete os indivíduos que dela fazem parte, isso somado aos resíduos de maturidade ou imaturidade de gestões passadas.

Uma instituição que por décadas, ou até séculos, teve uma sucessão de dirigentes tecnicamente capazes em sua atividade específica, porém imaturos, com certeza, terá resíduos da imaturidade de gestões passadas incorporados ao seu regulamento, à sua práxis e à mentalidade de seus funcionários. Essa “imaturidade residual” poderá fazer com que instituições da República se transformem em cabide de empregos, se tornem lerdas e burocratizadas, que o Judiciário deixe de fazer justiça, as câmaras somente legislem em causa própria, as agências de controle não controlem e o Senado seja pura vergonha para o País. Ao ingressar em uma instituição assim corrompida, uma pessoa madura – que não cobiçou a função pelo que esperasse lucrar ilicitamente no exercício dela – se calará se não tiver posição de poder para fiscalizar e punir. No entanto, fará o que estiver ao seu alcance pelo enobrecimento dela. Mas as várias levas de imaturos que aportam a uma instituição corrompida estarão alegres e dispostas a tirar todo o proveito possível dos esquemas de vantagens que lá encontrarem montados.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 07-02-2022.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Maturidade das instituições. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2022.