Higiene: Boca, Nariz e Garganta

Hoje: 29-03-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Mau hálito. São apontadas causas variadas para o mau hálito. É atribuído a refluxos do estômago que alcançam a garganta, à inflamação das gengivas, à simples presença de alimentos envelhecidos retidos entre os dentes, à cárie dentária e também às amígdalas. A maioria dos médicos talvez relute em remover amígdalas que estejam sadias, mas, em alguns casos elas têm uma estrutura que facilita a retenção de resíduos (que formam pequenos grãos branco-amarelados) e neste caso o único modo de eliminar o mau hálito definitivamente é com a extirpação desses pequenos órgãos.

A pessoa deve ser encorajada a procurar, junto aos profissionais em cada área, a possível causa de alguma alteração em seu hálito. Na escola as crianças podem ser ensinadas a escovar os dentes de modo a deixar os interstícios limpos (comprimindo a escova e fazendo penetrar seus fios nos espaços entre os dentes, ou usando fio-dental). Em geral é esquecido o quanto é fundamental para a conservação dos dentes e eliminação do mau hálito uma massagem leve, com escova macia, das gengivas da mandíbula superior e da parte mais baixa da mandíbula inferior. No caso das crianças, a mestra deve enviar um alerta aos pais, se o problema for persistente.

Assoar o nariz. Este é um tópico atroz, no que diz respeito aos hábitos da gente pouco educada e por isso pouco respeitadora da sensibilidade alheia, e da higiene pessoal, em locais privados e públicos. Ficou-me a lembrança de, ao me dirigir certa vez a uma seção no interior do prédio do Departamento dos Correios e Telégrafos para recolher uma encomenda especial, caminhando ao longo de um corredor iluminado por vidraças de janelas altas, ver as paredes revestidas de escarros ressecados, até a altura de cerca de meio metro do chão. Os funcionários, ao passarem diariamente por ali, displicentemente apertavam o nariz e o assoavam com violência na direção da parede, e cada um lá deixava a sua marca o que, ao longo dos anos, criou aquela crosta repugnante. Dava pena que isto acontecesse em um edifício cujo exterior, com sua imponente torre adornada por seu relógio, na esquina da avenida principal com a rua que beirava o largo rio, fronteiro a uma bonita ponte, era o cartão postal principal da cidade. Infelizmente, seus funcionários não ouviram da professora na escola primária que não se escarra no chão nem nas paredes.

Essa inépcia com a limpeza do nariz é somente dos brasileiros? Apesar dos estrangeiros de regiões civilizadas detestarem ver tal coisa no Brasil, também em outros países o povo rude tem hábitos igualmente reprováveis, que podem persistir em uma pessoa mesmo depois de ela adquirir um verniz doutoral. Vi um professor universitário, originário de uma ex-colônia britânica, que limpava o nariz com os dedos e limpava os dedos na parede atrás da sua cadeira. Visto de frente no seu escritório, ele estava sentado tendo por fundo uma auréola de pequenos dejetos petrificados.

Não menos repugnante é aspirar ruidosamente o muco do nariz para o fundo da garganta e engolir, o que muitos fazem sem se importar onde estão, mesmo que estejam à mesa das refeições!
Outro péssimo hábito é escarrar na pia do banheiro, cuja bacia, nos banheiros de restaurantes ou de locais públicos, não raro mostram restos desses fluxos orgânicos. Se já está dentro de um banheiro, a pessoa deve usar o papel higiênico para assoar o nariz e lançar o papel usado no vaso e dar descarga.

Desculpem-me chamar a atenção tão cruamente para hábitos tão chocantes, infelizmente ainda tão comuns em nossa gente. Perdeu-se o costume de as pessoas levarem consigo um lenço de cambraia, que deveria ter sido substituído modernamente pelo lenço de papel mas que foi simplesmente esquecido. Deve-se ter lenço de papel à mão para limpeza do nariz e também para o muco da garganta que deve ser discretamente cuspido no papel, que será suficiente para embalar a carga a ser lançada com segurança na cesta de lixo mais próxima ou, preferencialmente, em um vaso sanitário. Não tendo lenços, a pessoa pode recorrer a folhas dobradas de papel higiênico, ou mesmo guardanapos de papel, que deve levar na bolsa ou no bolso, para as emergências. Com certeza conta-se entre os gestos mais elevados de caridade ajudar a esse respeito às pessoas doentes e inválidas.

Coriza persistente. Se a criança ou o adulto está sempre de nariz escorrendo, isto sem dúvida os prejudica respectivamente na Escola e no relacionamento social. A causa pode ser alergia a alguma substância, o que precisa ser verificado. Se a causa, porém, é um resfriado constante, necessita que seja incluída em sua alimentação elementos fortificantes como cálcio e vitaminas – principalmente vitamina “C”. O Ministério da Saúde distribui o pó multi-mistura, rico em elementos nutricionais e vitaminas, para ser incluído nas refeições.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 00-00-2000.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Higiene : boca, nariz e garganta. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 2000.