Atomismo

Hoje: 19-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

A noção de que a matéria é composta de partículas pequenas, indivisíveis remonta aos antigos gregos. No século VI aC, os pensadores começaram a questionar sobre qual é a realidade fundamental subjacente do mundo. Tendo em conta a constante mudança que vemos no mundo ao nosso redor, há algum substrato (physis, daí a nossa palavra física) que é constante?

Se assim for, é material ou imaterial, acessível por meio dos sentidos ou apenas através da mente, é um ou muitos?

Ao longo dos séculos, estas questões foram respondidas de várias maneiras diferentes. Alguns acreditavam que tudo era mudança, outros que a mudança era ilusória. Os pitagóricos pensavam que a physis era o “número” e foram pioneiros na abordagem matemática da natureza. Sua abordagem idealista estava em contraste com a dos materialistas, entre os quais os atomistas eram mais proeminentes. Leucipo de Mileto (circa 435 AC) e Demócrito de Abdera (circa 410 AC) desenvolveram a hipótese atômica. Segundo eles a matéria pode ser subdividida só até certo ponto, no qual apena o átomo (o que não pode ser cortado) permanece. O mundo era feito de átomos em movimento no vazio. Átomos diferiam entre si apenas na forma e tamanho, e as substâncias diferentes, com suas qualidades distintas, eram constituídas de diferentes formas, arranjos, e posições dos átomos. Os átomos estavam em contínuo movimento no vazio infinito e em constante colisão uns com os outros. Durante essas colisões poderiam repicar ou ficar juntos por causa de ganchos e farpas em suas superfícies, criando substâncias compostas. Assim, subjacente à evolução do mundo perceptível, havia constância (os átomos não eram criados nem destruídos), as mudanças eram causadas pelo combinações e dissociações de átomos.

A teoria subatômica teria tido seu início na observação de Aristóteles (384-322 AC), ao criticar o Atomismo de Demórcrito. Ele argumentou que, pela Lógica, se os átomos tinham diferentes formas, então eles tinham partes e isso significava que eles seriam matematicamente divisíveis, e se eles tinham tamanhos diferentes, então, na infinidade de seu número, nada impedia que, além dos muito pequenos, houvesse também os que seriam tão grandes quanto o mundo.

Demócrito deu alguns exemplos de como a hipótese atômica poderia ser responsável por qualidades como cor e sabor (sabor acentuado é causada por átomos cortantes.

Epicuro explica os fenômenos naturais pelo atomismo, mas ele fez várias alterações à doutrina, tendo em conta as críticas de Aristóteles. Ele distinguiu entre divisibilidade física e matemática e atribuiu peso aos átomos. Em seu sistema originalmente os átomos caíram no vazio infinito com velocidades iguais, até que um desvia levemente, sem causa. Esta guinada provocou colisões e redemoinhos de átomos e assim os mundos foram formados. O sistema ético epicurista foi influente durante muitos séculos.

Aristóteles, no entanto, postulava a mínima, o limite teórico da divisibilidade das substâncias, e foi muito discutido, o significado desse limite dentro aristotelismo Europeu medieval.

Esta linha de pensamento forneceu a base material da filosofia mecanicista do século XVII, até os dias atuais em que a existência das partículas subatômicas foi comprovada.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 23-02-2011.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Atomismo. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2011.