Bernardino Telésio

Hoje: 19-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Telésio, Bernardino (1509-1588), de Cosenza, reino de Napolis, antiaristotélico. Convém examinar em que consistiu essa influência. O principal discurso de Telésio era que a natureza devia ser explicada “com seus próprios princípios e não através dos conceitos Aristotélicos ou da magia; conhecer a natureza com a própria natureza, ao homem que souber observá-la a natureza se revelará por si mesma (Obra: Sobre a Natureza de Acordo com seus Próprios Princípios, pb. 1565 colocada no Index em 1596).

Para ele, Telésio, conhecer é sentir; a consciência não é senão sensação. Atividade física e atividade espiritual não diferem: o intelecto é um dos sentidos, apenas mais sutil. A alma é material: dilatação, prazer; contração, dor. Não nega a realidade que ultrapassa a natureza, que é Deus. Além da alma material o homem tem uma alma espiritual, que lhe permite intuir (não se trata mais de sentir) o além-sensível e o eterno. Nesta alma está o fundamento do mundo moral, porque nela está a liberdade que eleva o homem acima do jogo mecânico das forças físicas. Telésio repele o método dedutivo que faz mover as razões de pressupostos apriorísticos e funda a sua validade sobre a experiência. O seu sensismo lança as bases do método experimental.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 1997.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz – Vultos e episódios da Época Moderna. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 1997.