Melanchthon

Hoje: 28-03-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
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Melanchthon (1497-1560). Nascido Phillipp Schwarzerdt em Bretten, na Saxônia, e o mais velho entre 5 irmãos, era filho de Georg Schwarzerdt, mestre fundidor, e de sua mulher, da família Reuter, uma rica família de comerciantes. Teve educação esmerada e distinguiu-se nos estudos de grego e latim. Perdeu o pai aos onze anos Um de seus mestre, o humanista Johannes Reuchlin, o chamava Melanchthon, que é a tradução para o grego de seu nome alemão Schwarzerdt que significa “terra preta”, e assim passou a ser conhecido.

Reuchlin obteve que fosse aceito na universidade de Heidelberg aos doze anos de idade. Terminou ali seus estudos no ano de 1511, como bacharel em artes. Porém não foi aceito para os exames de mestrado, por ser considerado muito jovem para ser um professor.

Passou à Universidade de Tübingen, onde foi aceito em 1514 com 17 anos, na faculdade de filosofia. Lecionou nessa universidade, e escreveu então seu primeiro trabalho de importância. Johannes Reuchlin o recomendou ao príncipe eleitor Frederico da Saxônia para a recém fundada universidade de Wittenberg. Ali sua aula inaugural, em 1518, intitulou-se “Reforma da Instrução dos Jovens”. Foi aluno de teologia de Lutero em 1519, o qual, por sua vez, apesar de 14 anos mais velho, foi seu aluno de grego. Quando Lutero foi levado para Wartburg por razões de segurança, Melanchthon assumiu suas aulas de Bíblia na Universidade.

Melanchthon casou em 1520 com Katharina Krapp, a filha do prefeito de Wittenberg.

A publicação do sistema de ética de Melanchthon começou em 1538, e teve uma segunda edição revisada em 1550. Em 1540 Melanchthon publicou a primeira parte de sua obra sobre o homem, o seu De anima, cuja versão final foi divulgada em 1553. Em 1549, publicou um trabalho de física, contendo sua opinião sobre o sistema solar proposto por Copérnico.

Além desses trabalhos, Melanchthon escreveu comentários ao Novo Testamento, publicando em 1527 seu comentário sobre a Epistola aos Colossences e entre 1529 e 1556 seu comentário sobre as epístolas aos Romanos.

Melanchthon foi reitor da universidade de Wittenberg por dois períodos, em 1523/24 e 1538, e diretor da Faculdade de Filosofia em 1535/36 e de 1546 a 1548; a partir de 1555 lecionou História. Por ordem do príncipe eleitor participou do debate religioso de 1557, em Worms, no Palatinato renano, no sudoeste da Alemanha. Enquanto participava desse encontro foi informado do falecimento de sua mulher.

Philip Melanchthon tornou-se conhecido como organizador e reformador das escolas alemãs. Ele estava desgostoso com a pobreza da instrução nas escolas alemãs durante a idade média o que exprime em seu De Miseriis Paedagogorum, no qual relata o triste estado da instrução em escolas desprovidas de métodos adequados e organização. Melanchthon instalou em sua própria casa uma escola experimental onde fez experiências pedagógicas por dez anos. Ali buscou determinar os requisitos ideais para o ensino do Latim e do Grego, e avaliar um sistema de promoções e competição dos alunos. Propôs também a melhoria do status do professor escolar, e que lhe fosse proporcionada orientação adequada e respeito. Antes de sua morte foi reconhecido pelo seu trabalho de reforma e expansão do sistema universitário alemão, que produziu principalmente intelectuais, bem preparados servidores públicos e pregadores ilustres.

Depois da morte de sua esposa Melanchthon definhou. Em 1560 apanhou um resfriado e caiu doente com malária. Deu sua última aula este ano no Convento Agostiniano, e veio a falecer em abril de 1560 aos 63 anos.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 00-00-1997.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz – FILOSOFIA MODERNA: Resumos Biográficos. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 1997.