A Recepção do Casamento

Hoje: 28-03-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

Por tradição, uma recepção é oferecida pelos pais da noiva aos convidados, logo após a cerimônia religiosa ou civil do casamento. Isto vincula a hora do casamento à hora em que se pretende realizar a recepção. Quando se deseja oferecer um jantar é melhor que o casamento seja à noite; quando se pretende oferecer um almoço aos convidados, que o casamento seja ao final da manhã., e quando se pretende oferecer um chá ou coquetel, que seja entre o meio e o final da tarde. Do ponto de vista do brilho da festa, o horário noturno é mais favorável; do ponto de vista prático os horários da manhã e da tarde podem conciliar melhor o embarque para a Lua de mel, e do ponto de vista econômico o horário da tarde permite recepções menos caras.

Um coquetel oferece a possibilidade de convite a um maior número de pessoas porque é mais fácil de servir, e pelo mesmo custo de um jantar pode incluir um número dobrado de convidados. Por esta razão pode ser preferido quando não se deseja gastar demasiado com a recepção, mesmo que o casamento seja no início da noite. O coquetel no salão da Igreja, consistindo do tradicional bolo com champagne, pode ser ainda mais conveniente. O jantar é o mais oneroso, tanto para os anfitriões quanto para os convidados, porque as despesas com a recepção ficam maiores e os trajes de noite são mais formais e caros.

As recepções mais dispendiosas são oferecidas, em geral, somente a um grupo seleto de convidados, e por isso muitos amigos do noivo e da noiva, colegas de trabalho, pessoas conhecidas que lhes têm estima, etc., poderão receber apenas o convite geral para a cerimônia religiosa, sem o convite para a recepção. Este dirá: “os noivos receberão os cumprimentos na Igreja”. Quando for o caso, o convite para a recepção, impresso à parte, será enviado no mesmo envelope, e indicará o local onde terá lugar após a cerimônia civil ou religiosa. As pessoas menos próximas entenderão o motivo de não serem contempladas, mas a limitação é por natureza difícil e deixar alguém fora da lista poderá nunca satisfazer aos noivos ou a seus pais. Como os presentes são enviados aos noivos com antecedência, a relação dos que presentearam o casal poderá ser uma importante ajuda para a escolha, embora não deva ser absolutamente “um critério”. A antiguidade do relacionamento, o número de pessoas da família dos noivos nele envolvidas também são outros tantos elementos que podem ajudar na decisão de quem convidar.

A recepção não é um simples chá, coquetel, almoço ou jantar, mas uma cerimônia integrada em uma celebração e esta vinculação se manifesta na própria presença dos noivos, nos brindes, na decoração, música, etc. Ainda que realizada de maneira muito simples, espelhada em folclore regional, a céu aberto e com muita dança e alegria, se o espírito da festa for respeitado, todos terão dela apenas recordações agradáveis e felizes.

Nas cidades, onde os anfitriões poderão dispor de mais recursos, as opções são maiores. Mas hoje, com o progresso instalado no campo através de estradas, eletrificação e difusão do comércio, praticamente em qualquer pequena vila ou fazenda pode-se ter uma bela festa no interior.

  • Chá. O chá pode ser uma alternativa ao coquetel para as pessoas que não desejam beber ou oferecer álcool em suas bodas, e também não oferecerão almoço ou jantar como recepção. Em um chá não são servidas bebidas alcoólicas, o que levanta um problema quanto ao brinde, tradicionalmente feito com o champagne. O casamento deve realizar-se de modo que a recepção se inicie entre as 16:30 e as 17 horas. Havendo o casamento religioso é conveniente que seja um ritual mais breve, sem a missa (no caso da Igreja Católica.). O bolo do casamento com certeza deve ser cortado no início, e servido para acompanhamento do chá. Apesar de não representar uma recepção dispendiosa, o chá completo está longe de ser uma coisa simples: requer muito cuidado com a montagem do ambiente, os utensílios indispensáveis, o comportamento das pessoas, etc., a fim de se manter como um evento à altura da celebração.
  • Coquetel O Coquetel festivo e fica bem entre as 18 e 20 horas mas pode começar um pouco mais cedo, quando se deseja incluir dança no programa.. É talvez a forma mais prática de dar uma recepção, inclusive porque pode começar enquanto os noivos e seus pais ainda estão à entrada do recinto, na fila de cumprimentos. Os comestíveis no coquetel serão tão finos e variados quanto for possível. Bandejas mais caras como camarão grande, caviar, e outras iguarias finas, acompanhadas de um bom uísque evidentemente farão que o coquetel seja lembrado por mais tempo, mas também ficará muito bem apenas com pãezinhos, patês e torradas, empadinhas, um bom vinho nacional, refrigerantes, e água mineral. Após o serviço de bebidas e salgadinhos, – e de um prato quente, se houver -, são servidos os doces. Os noivos cortam o bolo e serve-se o champanhe. Depois que a noiva joga o buquê, a festa pode ser dada por terminada.
  • Almoço ou jantar. Refeições servidas com os convidados sentados, implicam mais despesa principalmente por requererem dependências mais amplas de apoio ao serviço e maior número de garçons. Porém, servidos em bufê ou à francesa (sentado), o almoço ou o jantar devem aproximar-se de uma refeição completa No salão estarão dispostas as mesas para os convidados, convenientemente revestidas e ornamentadas, com a louça, os cristais e a prata do serviço, e em geral um pequeno vaso de flores, além de um balde de gelo para o vinho branco. Haverá também uma mesinha isolada para o bolo e a mesa de lembranças. Nestas últimas estarão os pacotinhos com presentes alusivos às bodas, com um cartãozinho de agradecimento ao convidado pela sua presença.

Os pais da noiva recebem os convidados e estes buscam as mesas que lhes foram designadas, ou escolhem onde sentar respeitando a mesa destinada aos noivos e seus pais. É logo servido um coquetel com salgadinhos finos, uísque e vinhos aperitivos, que transcorre enquanto os anfitriões transitam pelas mesas cumprimentando seus convidados, se já não o fizeram postados à entrada do salão. Quando os noivos chegam, são recebidos com palmas, e se dirigem para a mesa que lhes está reservada.

No caso do almoço ou jantar servido no bufê,. além das mesas para os convidados, estão dispostos no salão uma mesa longa para o bufê, geralmente com rica ornamentação, na qual estarão dispostas as travessas e réchauds (rechôs) com os alimentos. A louça, os talheres, os guardanapos poderão estar em um extremo do bufê, mas contribui muito para um melhor efeito de conjunto que estejam já distribuídos nas mesas dos convidados. Em caso de um número maior de convidados, podem ser dispostos dois bufês iguais, o que evitará duas coisas: que as bandejas de alimentos tenham que ser constantemente substituídas e que se forme uma única e longa fila de comensais (exemplo de menu de almoço com bufê).

Além do bufê, e das mesas menores das lembrancinhas e do bolo, haverá uma mesa de doces e outra de licores e café.

As mulheres usam longos com brilho e joias mais ricas à noite. Em um almoço, usam roupas sem reflexos, chapéu e joias mais discretas. Os homens roupa escura de qualidade, no almoço ou no jantar, e nas recepções de maior requinte, traje a rigor.

A refeição tem início quando os noivos se dirigem ao bufê, onde terão seus pratos feitos, de acordo com sua escolha, por dois garçons, um que acompanha o noivo, outro que acompanha a noiva, e esta vem em primeiro lugar. É uma praxe que, após feitos os dois pratos, posem para uma foto o garçom da noiva, postado à sua direita, e o garçom do noivo, postado à sua esquerda, ambos com o prato na palma da mão esquerda.

Após os noivos, servem-se os pais da noiva e em seguida os pais do noivo, seguidos pela fila dos convidados.

Ao final da refeição, há o corte do bolo e os noivos brindam entre si e com seus pais. Seguem-se discursos e brindes.

Um conjunto contratado e que se apresente vestido convenientemente para o evento, toca música de fundo durante toda a recepção, e após a sobremesa e os brindes, animam a dança. Os primeiros a dançar são os noivos. Depois entram na pista os pais da noiva e do noivo. Os casais, após algumas poucas voltas pelo salão, trocam de par. A noiva dança com seu pai e o noivo com sua mãe, depois a noiva com o seu sogro e o noivo com sua sogra, enquanto o pai da noiva dança com a mãe do noivo e a mãe noiva com o pai do noivo.

É feito um intervalo que é um momento de suspense: a noiva joga o seu buquê para o grupo de moças às suas costas e uma delas conseguirá pegá-lo. Nem sempre a noiva consegue jogá-lo precisamente para aquela que deseja que o pegue, apesar do estudo dissimulado que faz para o arremesso da coisa, e quase sempre a disputa leva a alguns encontrões, que, se as jovens não se refrearem convenientemente, poderão resultar em queda embaraçosa no salão.

Após o lançamento do buquê a festa está encerrada: os noivos se retiram para embarcar para a Lua de mel, ou para passar a noite de núpcias em um hotel ou em sua nova moradia. Ao deixar a recepção, cada convidado toma uma das lembrancinhas (Podem ser desde saquinhos com amêndoas com cobertura, bombons, etc., envoltos em um tule, até pequenas joias, com um pequeno cartão no qual os anfitriões agradecem a presença dos convidados) que estão na mesinha decorada próxima da saída.Os pais da noiva somente se retiram após o último convidado e, ajudados por seus familiares, cuidam de todas as providências que se tornarem necessárias com respeito aos utensílios, estoques restantes de comida e bebida, limpeza, pagamentos, e o que mais tenha que ser cuidado de imediato para fechamento do salão, se não estiver tudo a cargo de uma firma contratada.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 02-10-2003.

Direitos reservados.
Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – A recepção do casamento. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2003.