Hoje: 02-11-2024
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Ritual militar de saudação e homenagem realizado por oficiais com as suas espadas (Fig. 1). Também chamado Céu-de-espadas (Aeronáutica) e Arco-de-sabres (Marinha) ou, genericamente, Arco de aço. Ao primeiro comando, três ou mais pares de oficiais em uniforme de gala formam face a face uma fila dupla; ao segundo comando, erguem suas espadas, e cada um faz tilintar a ponta da sua arma contra a ponta da arma do companheiro que está à sua frente. Ao terceiro comando, depois da passagem do homenageado, os oficiais baixam as espadas; ao quarto comando enfiam suas pontas uns dez centímetros na bainha, e ao quinto comando as colocam por completo, todos ao mesmo tempo e em uníssono.
No ritual de homenagem Arco-de-sabres, o procedimento é o mesmo que no Arco-de-espadas e no Céu-de-espadas, porém feita por oficiais da Marinha, a qual utiliza aquela arma. A diferença é, portanto, apenas quanto à arma, o sabre em lugar da espada. A espada é reta e tem corte nos dois lados, o sabre é ligeiramente curvo e tem corte apenas no lado convexo da sua curvatura. O movimento de torcedura do punho no sentido horário coloca as lâminas com o corte e a curvatura convexa voltadas para cima, o que dá ao arco uma forma mais perfeita que o arco feito com espadas retas.
Casamento Militar. Apesar de se prestar a homenagens militares em variadas circunstâncias, o Arco de aço (espadas ou sabres) é mais conhecido por fazer parte da cerimônia de casamento entre militares ou quando um dos cônjuges é militar. Fig. 1 (desenho calcado sobre foto do início do século XX). É uma forma de saudação aos noivos para expressar votos de felicidades dos camaradas de armas aos recém-casados. No casamento entre militar e noiva civil, o último integrante da guarda de honra do lado da noiva poderá baixar a espada – impedindo por um instante sua passagem – e dará um leve golpe em sua veste à altura do seu joelho (ritual de “retenção e boas vindas”), enquanto pronuncia uma saudação a ela que, pelo matrimônio, entra no seio da família militar.
Os cerimonialistas que adotam o pai e o noivo à direita da noiva no cortejo de entrada e no altar reconhecem as exceções obviamente necessárias como, p. ex., quando o pai da noiva, ou o noivo, é um militar, e carrega (ou poderia carregar) uma espada ou espadim do lado esquerdo. Neste caso o noivo se põe ao altar do lado esquerdo da noiva e, no cortejo, o pai também entra pelo lado esquerdo e dá o braço direito à filha, e são feitos arranjos para adaptação a essa particularidade.
O Arco de espadas pode ser parte do casamento em qualquer religião, e ser realizado no interior do templo, se houver permissão da autoridade religiosa. Como os oficiais assistirão à cerimônia, ainda que o Arco deva ser executado apenas fora do templo é conveniente que sejam reservados lugares para eles e suas esposas no extremo dos bancos, de cada lado do corredor central. Assim poderão sair prontamente para a função, logo que terminem a cerimônia e as fotos no altar. A noiva não militar deve ser informada da natureza da homenagem, inclusive do detalhe da “retenção e boas vindas”, para não se assustar. Crianças curiosas precisam ser afastadas do local da formação militar devido ao risco de acidentes. Abrir champanhe com espada ou sabre ou usar essas armas para cortar o bolo do casamento é considerado vulgar e não acontece em eventos que tenham um mínimo de requinte.
Rubem Queiroz Cobra
Página lançada em 31-07-2009.
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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Arco de espadas. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2009.