Anarquismo

Hoje: 28-03-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

O anarquismo é um termo que descreve um conjunto de doutrinas e atitudes cuja principal característica que une é a crença de que do governo é prejudicial e desnecessária.

Eles negam leis feitas pelos homens, em consideram a propriedade como uma forma de tirania, e acreditam que o crime é apenas o produto de uma sociedade baseada na propriedade e autoridade. Mas eles argumentam que a sua negação de constituições e governos não conduz à “não-justiça”, mas à verdadeira justiça inerente ao livre desenvolvimento da sociabilidade do homem, pela sua inclinação natural, quando livre das leis, a viver de acordo com os princípios e práticas de ajuda mútua.

Pierre-Joseph Proudhon.escritor político francês e pioneiro Socialista, em 1840 afirmou que, em sua opinião, as verdadeiras leis da sociedade não têm nada a ver com autoridade, mas decorrem da natureza da própria sociedade. Ele previu a eventual dissolução da autoridade e a emergência de uma ordem social natural.

O Anarquismo em todas as suas formas consiste em (1) uma crítica fundamental da base da ordem de poder existente na sociedade, (2) uma visão de uma sociedade alternativa libertária, baseada na cooperação, em oposição à coerção, e (3) um método para a passagem de um sistema para outro.

Gerrard Winstanley, no seu panfleto de 1649, A Verdade levantando sua cabeça acima dos Escândalos, lançou o que mais tarde tornou-se princípios básicos, entre os anarquistas: que o poder corrompe, que a propriedade é incompatível com a liberdade; que a autoridade e a propriedade são geradores do crime, e que só em uma sociedade sem governantes, onde o trabalho e os seus produtos são compartilhados, os homens podem ser livres e felizes, agindo não de acordo com as leis impostas de acima, mas de acordo com suas consciências.

Winstanley foi não só o pioneiro da teoria anarquista, mas também um proeminente militante anarquista. Ele sustentava que apenas pela sua próprias ações as pessoas podem pôr fim à injustiça social e, em 1649, convidava o povo “a cultivar e trabalhar sobre as terras comuns”. Ele liderou um bando de seguidores a ocupar uma encosta no sul da Inglaterra, onde fizeram o cultivo, com um comunismo livre entre si, e ofereceu resistência passiva aos proprietários hostis. Winstanley próprio desapareceu na obscuridade, tais que o local ea data da sua morte são desconhecidas.

Winstanley foi seguido pelo ex-pastor dissidente William Godwin, que em 1793 publicou a sua Justiça Política. Nele apresenta o clássico argumento anarquista de que a autoridade é contra a natureza. Godwin desfrutou grande celebridade em 1790 e influenciou escritores variados como William Wordsworth, William Hazlitt, e Robert Owen, mas estava já quase esquecido por ocasião da sua morte, em 1836.

Pierre-Joseph Prodon no ano revolucionário de 1848 tornou-se um polemista e jornalista radical com dois livros: Que é a propriedade? e Económica Contradições. Em Paris durante a década de 1840, Proudhon associado com Karl Marx e o russo Mikhail Bakunin, e de suas experiências da Revolução de 1848, ele desenvolveu as teorias contidas em obras posteriores, como Du principe fédératif (O princípio federativo) e De la capacité politique des classes ouvrières (A capacidade política das classes trabalhadoras). Ele previa uma sociedade formada de camponeses independentes e artesãos, com fábricas administradas por associações de trabalhadores, todos amparados por um sistema de crédito mútuo fundado em bancos do povo, em lugar do estado centralizado inimigo de todos.

Em 1864, pouco antes da morte de Proudhon, um grupo de seus seguidores que se denominavam Mutualistas juntou-se com sindicalistas e anarquistas britânicos e Socialistas europeus exilados em Londres (entre eles Karl Marx) para fundar a Associação Internacional dos Trabalhadores (Primeira Internacional). Os Mutualistas tornaram-se a primeira oposição dentro do Internacional a Karl Marx e seus seguidores, que defendiam a ação política e a apreensão do estado, a fim de criar uma ditadura do proletariado.

No entanto, a oposição mais forte a Marx não veio dos Mutualistas, mas de Mikhail Bakunin, um nobre russo que virou revolucionário e entrou na Internacional em 1868 após uma longa carreira como um conspirador político. Proudhon permitido eram impraticáveis e in- lugar sugerido que os meios de produção devem ser propriedade coletiva, embora ele ainda declarou que cada trabalhador deve ser remunerada apenas de acordo com a quantidade de trabalho que ele efetivamente realizadas.

Proudhon acreditava que era possível criar na sociedade atual como o mutualista- sionais que poderia substituí-lo, ele, portanto, contra a vio- emprestou a ação revolucionária. Bakunin, declarando que “a paixão pela destruição também é um impulso criativo “, recusou-se a aceitar a abordagem fragmentada, uma revolução violenta, varrendo todas as instituições existentes, era na sua opinião o prelúdio necessário para a construção de uma sociedade livre e sociedade pacífica.

Bakunin morreu em 1876.

No início do século XX o Anarquismo teve seu apogeu, por sua união com o Sindicalismo. Esta associação resultou no mais completo sucesso, principalmente na Espanha, onde o movimento anarquista chegou a ser o mais numeroso e o mais poderoso do mundo.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 23-02-2011.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Anarquismo. Site www.cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2011.