Colégio de Navarra

Hoje: 19-04-2024

Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br

O Collège de Navarra foi um dos colégios que integraram a Universidade de Paris nos séculos XVI a XIX.

No decurso dos séculos XVI e XVII a Universidade de Paris tornou-se um conglomerado de colégios, à semelhança das universidades inglesas. Os colégios foram inicialmente pensionatos de estudantes, aos quais se acrescentaram depois salas de aula onde os mestres vinham ensinar. Os colégios eram fundados ou patrocinados pelo governante ou por um filantropo  da cidade ou província do nome respectivo. Esta a razão porque a maior parte dos colégios da universidade traziam os nomes de diversas dioceses, cidades ou províncias do reino, e este era o caso do Colégio de Navarra.

O Colégio de Navarra foi fundado na rua da Montagne-Sainte-Geneviève pela rainha Jeanne, esposa de Filipe, o Belo, Rei de França e Navarra, em 1304. Chamava-se Colégio de Navarra e Champagne porque a rainha era filha única e herdeira de Grosk Henry, rei de Navarra e conde de Champagne. Lá ensinavam-se Humanidades, Filosofia e Teologia, e existia uma Sociedade de Doutores, assim como no Colégio de Sorbonne.

Dos quatro professores de Teologia, três eram pagos pela Casa real.

A Rainha Jeanne custeava um mestre para ensinar teologia, outro para Filosofia e um terceiro para as Humanidades, chamados respectivamente o Principal de Filosofia, o Principal dos Gramáticos, e o Grão Mestre da Teologia.

Colégio de maior fama entre os colégios de Paris, nele estudaram grandes nomes das artes, da filosofia, e do clero francês. Ele está na biografia de Oresme, Ramus, Gerson, Richelieu, Bossuet, Condorcet, e muitos outras personalidades famosas. O colégio de Navarra era o único com currículo completo de ensino, compreendendo a teologia, a filosofia e as humanidades.

Louis XIII e Richelieu reuniram a ele dois outros: o colégio de Boncourt e o de Tournay.

Com a Revolução Francesa (1789-99) a universidade de Paris foi reorganizada para fins de “aplicação do saber”. Todos os colégios e seus bens foram nacionalizados, e na sua quase totalidade vendidos, deixando para trás o modelo jesuítico de debates teológicos e o estudo de línguas mortas. Foram criadas escolas superiores especializadas e independentes. No lugar do Colégio de Navarra instalou-se a Escola Politécnica, fundada em 1795, e que antes ocupava o Palácio de Bourbon.

Rubem Queiroz Cobra

Página lançada em 09-01-2011.

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Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz – Colégio de Navarra. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 2011.